
Numa jogada que mistura política internacional e uma pitada de drama judicial, Flávio Bolsonaro decidiu usar um palco italiano para mandar um recado bem direto para as autoridades brasileiras. E não foi um recado qualquer.
Durante um evento cheio de simpatizantes – porque convenhamos, ele não faria isso num comício de opositores –, o senador soltou a frase que tá ecoando desde Milão até Brasília: o Brasil não pode, de forma alguma, extraditar Carla Zambelli. Sim, aquela mesma Zambelli que já foi deputada e hoje vive uma novela jurídica das grandes.
Mas o que está por trás desse apelo?
Parece que a situação é mais embaixada do que se imagina. Zambelli responde a processos sérios, incluindo aquela história antiga de posse ilegal de arma – lembra? –, e a Justiça italiana anda de olho nela. Só que Flávio não tá nem aí para os detalhes legais. Ele joga a carta da “perseguição política” com uma convicção que até assusta.
Numa fala cheia de emoção – ou seria estratégia? –, ele afirmou que extraditar Zambelli seria o mesmo que ceder a um jogo sujo, uma manobra para calar vozes conservadoras no país. Afirmou ainda, sem meias palavras, que isso seria uma vergonha internacional.
E o governo italiano? O que acha disso?
Bom, até agora, silêncio. Nenhum posicionamento oficial, nenhum comunicado. Sabe como é… diplomacia é um jogo de esperar e ver. Mas uma coisa é certa: discursos como esse em solo estrangeiro não passam batido. Criam atrito. Geram manchete. E Flávio sabe disso melhor do que ninguém.
Não é a primeira vez que um Bolsonaro usa território internacional para falar de problemas nacionais. Mas dessa vez, o tom foi mais urgente. Quase desesperado. Será que é porque a situação de Zambelli é realmente crítica? Ou será porque a família Bolsonaro precisa reacender a base aliada?
Uma coisa é inegável: a movimentação gerou burburinho. De um lado, apoiadores com bandeiras do Brasil e camisas da seleção – sim, no meio da Itália – aplaudindo de pé. Do outro, críticos torcendo o nariz para mais um capítulo da política brasileira virar espetáculo no exterior.
Enquanto isso, Carla Zambelli segue aguardando. No Brasil ou na Itália, uma coisa é certa: seu nome não sai do noticiário tão cedo.