Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso no Paraguai e transferido para Brasília
Ex-diretor da PRF preso no Paraguai é transferido para Brasília

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi transferido para a sede da Polícia Federal em Brasília neste sábado, 27 de dezembro de 2025. A movimentação ocorre após uma série de eventos que culminaram com a sua prisão no Paraguai na sexta-feira, 26, quando tentava fugir para El Salvador.

Fuga frustrada e prisão internacional

Na manhã de sexta-feira, agentes de migração paraguaios prenderam Silvinei Vasques no aeroporto internacional de Assunção. O ex-diretor da PRF estava prestes a embarcar em um voo com destino a El Salvador. Segundo informações da Polícia Federal brasileira, Vasques havia rompido sua tornozeleira eletrônica na quarta-feira, 24 de dezembro, e cruzado a fronteira para o Paraguai dirigindo um carro alugado e levando consigo um cachorro.

Ao tentar deixar o país vizinho, ele foi flagrado portando um passaporte falso, emitido em nome de outra pessoa. Além do documento fraudulento, Vasques carregava uma declaração médica que alegava um câncer na cabeça, condição que, segundo o papel, o impediria de falar.

Trajetória de volta ao Brasil e decisão judicial

Após a detenção no Paraguai, Silvinei Vasques foi repatriado para o Brasil e passou a noite em uma unidade policial em Foz do Iguaçu, no Paraná. No sábado, a viagem continuou rumo à capital federal.

A transferência para Brasília e a prisão preventiva foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A medida segue a condenação de Vasques, há pouco mais de dez dias, a 24 anos e 6 meses de prisão por seu envolvimento na trama golpista que se seguiu às eleições de 2022.

Condenação e atos durante as eleições

Silvinei Vasques ocupava o cargo de diretor-geral da PRF durante o governo de Jair Bolsonaro. Durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, ele ordenou operações que resultaram no bloqueio de estradas e rodovias em pontos estratégicos do país. O objetivo das ações, conforme apurado pela Justiça, era impedir que eleitores chegassem aos seus locais de votação.

Por estes atos, ele foi julgado e condenado. Como a decisão condenatória ainda não havia sido publicada no Diário da Justiça, o prazo para apresentação de recursos não havia começado a correr. Por isso, até romper o dispositivo de monitoramento, ele cumpria medidas cautelares em sua residência, em Santa Catarina.

Agora, preso preventivamente em Brasília, Silvinei Vasques aguarda os próximos desdobramentos do processo que o condenou por crimes contra o Estado Democrático de Direito.