Advogado Condenado por Enriquecimento Ilícito Perde Cargo no Gabinete do Prefeito de Piracicaba
Condenado por enriquecimento ilícito perde cargo em Piracicaba

Em uma decisão que reverbera nos corredores do poder municipal, a Justiça de Piracicaba anulou a nomeação de um advogado condenado por enriquecimento ilícito para o cargo de chefe de gabinete do prefeito. O caso, que mistura política e improbidade administrativa, levanta questões sobre a ética na administração pública.

Condenação anterior impede posse

O advogado em questão já carregava um histórico preocupante: uma condenação por enriquecimento ilícito durante sua atuação como procurador do município de Santa Bárbara d'Oeste entre 2009 e 2012. A sentença, proferida pela 1ª Vara da Fazenda Pública, incluía a perda de função pública e o pagamento de multa.

A ironia do caso: exatamente quando tentava assumir um cargo de confiança na prefeitura de Piracicaba, sua condenação anterior veio à tona, tornando impossível sua posse no comando do gabinete municipal.

Decisão judicial é clara e contundente

O desembargador Ércio Trentini Trentin, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi categórico em sua decisão: "A nomeação de pessoa condenada por improbidade para cargo de confiança viola princípios constitucionais". A sentença destacou que a nomeação feriu gravemente os seguintes princípios:

  • Moralidade administrativa
  • Legalidade
  • Impessoalidade
  • Eficiência do serviço público

Prefeitura se defende

Em nota, a administração municipal de Piracicaba afirmou que "a nomeação seguiu todos os trâmites legais" e que "o processo de admissão foi conduzido dentro das normas estabelecidas". No entanto, a Justiça entendeu que, apesar da formalidade do processo, a nomeação em si configurava uma afronta aos princípios da administração pública.

O que significa para a população

Este caso vai além de uma simples disputa jurídica. Ele representa:

  1. Um alerta sobre a importância da idoneidade na gestão pública
  2. Um reforço ao controle social sobre nomeações políticas
  3. Uma vitória para o princípio da moralidade administrativa
  4. Um precedente importante para casos similares

A decisão judicial envia uma mensagem clara: cargos públicos, especialmente aqueles de confiança, não podem ser ocupados por pessoas com histórico de improbidade administrativa, independentemente de suas qualificações técnicas ou relações políticas.