
E aí, o caso que já tinha tudo pra ser bombástico ganhou mais um capítulo — e que capítulo. A Polícia Federal, num daqueles relatórios que não deixa pedra sobre pedra, acabou de indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro. O crime? Coação… mas não qualquer coação: coação sobre testemunhas. Coisa séria, do tipo que a Justiça não costuma deixar barato.
Pois é. A investigação, que corre sob sigilo (como quase tudo que envolve gente grande), apura uma suposta tentativa de influenciar — ou melhor, intimidar — o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente Mauro Cid. E olha, não foi algo sutil, não. A coisa veio com pressão mesmo, da grossa, segundo as conclusões da PF.
O cerco aperta — e a versão da defesa
Do outro lado, como era de se esperar, a defesa dos Bolsonaro nega tudo. Diz que não houve tentativa de interferência, que as acusações são frágeis e, claro, politicamente motivadas. Mas a PF, ao que parece, não comprou a narrativa. No documento, os investigadores foram taxativos: houve, sim, conduta dirigida a mudar o rumo do depoimento de Cid.
Não é de hoje que a relação entre Bolsonaro e seu ex-assessor direto está sob os holofotes. Desde que Cid fechou acordo de delação premiada, o clima ficou pesado. E agora, com esse indiciamento, a coisa fica ainda mais quente. O que estava restrito aos corredores de Brasília agora vaza pro público — e a repercussão é imediata.
E agora, o que pode acontecer?
Indiciamento não é condenação, todo mundo sabe. Mas também não é elogio. É a PF dizendo, com todas as letras, que acredita haver indícios suficientes de que um crime foi cometido. O próximo passo? O caso vai pro Ministério Público Federal, que decide se denuncia ou não os dois. E aí, meus amigos, a bola quente cai no colo da Justiça.
Enquanto isso, a base bolsonarista já começou a gritar que é perseguição. Do outro lado, quem critica o ex-presidente vê o fato como mais uma prova de que o autoritarismo não era só discurso — era método.
Uma coisa é certa: o Brasil não perde um lance dessa novela. E agora, com os dois Bolsonaros oficialmente na mira, o jogo político judicial esquenta de vez. Fiquemos de olho.