O dia 5 de setembro de 2025 entrou para a história do Brasil com letras maiúsculas – e não é exagero dizer isso. O plenário do Supremo Tribunal Federal, aquela sala solene que já testemunhou tantos momentos cruciais, viveu uma tensão palpável enquanto os ministros davam seus votos. E no final, a sentença: 27 anos de prisão para Jair Bolsonaro.
Parece até coisa de filme, não é? Mas foi realidade pura e dura. Onze ministros, onze votos pela condenação. Unânime. Raridade num país tão dividido.
Os crimes que abalaram o núcleo da democracia
O ex-presidente não foi condenado por qualquer coisa. As acusações eram graves – gravíssimas, na verdade. Tentativa de golpe de Estado, aquela tentativa de virar o jogo democrático de pernas para o ar. Obstrução da Justiça, como se as regras não valessem para ele. E ainda organização de um movimento criminoso, aquela trama complexa que deixou o país de cabelo em pé.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, foi incisivo. Na sua fala, deixou claro que não se tratava de perseguição política – como alguns ainda insistem em gritar por aí. Era sobre responsabilização. Sobre mostrar que ninguém está acima da lei, nem mesmo quem já ocupou o cargo mais alto do país.
O peso dos 27 anos
Vinte e sete anos. Quase três décadas. Dá para fazer muita coisa nesse tempo: criar filhos, construir uma carreira, plantar uma árvore... Bolsonaro vai passar esse tudo atrás das grades, se a condenação se mantiver. É a sentença mais longa já imposta a um ex-presidente na história do Brasil.
E olha que o processo ainda não terminou totalmente. A defesa já anunciou que vai recorrer – claro, não esperávamos diferente. Mas a unanimidade do STF dificulta muito qualquer reviravolta. A impressão que fica é que o barco da defesa está tentando furar um iceberg com agulha.
O que isso significa para o Brasil?
Para além do destino individual do ex-presidente, essa condenação sinaliza algo profundo sobre nosso país. Mostra que as instituições, apesar de todas as críticas que a gente possa fazer, ainda funcionam. Que há um limite para o que se pode fazer – e ultrapassar esse limite tem consequências sérias.
Nas redes sociais, a reação foi imediata. Uma explosão de opiniões, como era de se esperar. De um lado, comemoração de quem vê justiça sendo feita. Do outro, gritos de «perseguição política» e «lawfare». O Brasil segue dividido, mas hoje parece que a balança pendeu fortemente para um lado.
O julgamento não foi apenas sobre Bolsonaro. Foi sobre o tipo de país que queremos ser. Um onde as regras valem para todos, ou um onde alguns se acham acima delas? A resposta do STF foi clara e contundente.
Os próximos capítulos ainda estão por ser escritos, mas 5 de setembro de 2025 já garantiu seu lugar nos livros de história. O dia em que a Justiça brasileira disse, em uníssono: «até aqui».
