Numa dessas noites quentes de verão em Búzios, quando o vento cheira a maresia e o asfalto ainda guarda o calor do dia, um mal-entendido banal terminou em tragédia. Tudo aconteceu rápido demais — como costuma acontecer quando a raiva toma o volante.
Segundo relatos colhidos pela polícia, um motociclista — cuja identade ainda não foi divulgada — teria reagido de forma desproporcional após interpretar erroneamente um gesto de um segurança. Na cabeça dele, o profissional teria dado um tapa no seu capacete. Na realidade? Provavelmente nem se tocaram.
O que testemunhas viram
"Foi coisa de segundos", conta um vendedor ambulante que preferiu não se identificar. "O cara da moto simplesmente pirou. Desceu gritando, empurrou o segurança e — sem aviso — sacou uma arma."
Detalhe macabro: a vítima, identificada como Marcos Antônio, 38 anos, sequer teve chance de se explicar. "Ele só levantou as mãos, sabe? Aquele gesto universal de ‘calma’... Mas o motoqueiro já estava com os nervos à flor da pele", completa outra testemunha.
Reação em cadeia
- O disparo atraiu dezenas de pessoas;
- Algumas tentaram socorrer o segurança — já tarde demais;
- O assassino fugiu antes da PM chegar, deixando para trás apenas marcas de pneu no asfalto.
E agora? A Delegacia de Homicídios da Região dos Lagos assumiu o caso. Investigadores trabalham com duas hipóteses: ou foi um crime passional (sim, motoqueiros e seus capacetes têm relações complicadas), ou um simples — e trágico — caso de percepção distorcida aliada a uma arma à mão.
Enquanto isso, na Praça dos Ossos — onde o crime ocorreu —, velas e flores marcam o local. Vizinhos falam em "medo" e "insegurança". "A gente sai pra trabalhar e não sabe se volta", desabafa uma moradora, enquanto ajusta o boné contra o sol das 10h.
