Operação prende 13 por domínio criminoso em condomínio de São Leopoldo
Tráfico dominava condomínio em São Leopoldo

Operação desarticula esquema criminoso em condomínio de São Leopoldo

A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (12) uma operação que resultou na prisão de 13 suspeitos de integrar uma organização criminosa que dominava o condomínio Vila Germânica, localizado no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Esquema criminoso incluía lavagem de dinheiro e ameaças

De acordo com as investigações, o grupo utilizava os prédios do condomínio para se esconder e praticar o tráfico de drogas. As contas do condomínio eram usadas para lavar dinheiro obtido com atividades ilegais. O antigo síndico, que estava há cinco anos na gestão do local e era membro da organização, desviou recursos dos moradores que deveriam custear as despesas comuns para financiar o grupo criminoso.

A situação chegou a um ponto tão crítico que os moradores precisaram realizar a última assembleia para eleger o novo síndico no Fórum de São Leopoldo, em 22 de setembro, com proteção policial. A votação conseguiu remover os integrantes da organização criminosa da administração do conjunto residencial.

Ameaças e intimidação aos moradores

O novo administrador eleito pelos moradores e o advogado contratado para auxiliar na mudança da gestão sofreram graves ameaças. Em um áudio obtido pela polícia, um dos criminosos alertou o advogado: "Tu não é juiz. Tu não é promotor. Tu foi o advogado contratado pelo condomínio. Não te envolve com o que não te condiz. Tu não é de aço, a facção é bem forte. Qual é o problema de tu sair? Teus honorários valem mais que a tua vida?".

O advogado relatou que a situação gerou "um terrorismo total" para sua família, que vive em constante preocupação com sua segurança. Ele chegou a solicitar auxílio da Ordem dos Advogados do Brasil devido às ameaças recebidas.

Dívida milionária e controle total

A investigação revelou que o condomínio acumula uma dívida superior a R$ 5 milhões por não pagamento das contas de água. A empresa de segurança e vigilância do condomínio também era controlada pela organização criminosa, consolidando o domínio total do grupo sobre o local.

Alguns moradores foram coagidos a deixar o condomínio pelos criminosos, enquanto outros viviam sob constante ameaça. A operação policial cumpriu 13 mandados de prisão e mais de 30 de busca e apreensão em São Leopoldo, Novo Hamburgo, Porto Alegre e Charqueadas.

O caso demonstra a ousadia de organizações criminosas em dominar espaços residenciais e a coragem dos moradores que, mesmo sob ameaça, buscaram recuperar o controle de seu condomínio através dos meios legais disponíveis.