Polícia desmonta quadrilha que movimentou R$ 12 milhões em falsificações
Quadrilha movimentou R$ 12 milhões em produtos falsos

A Polícia Civil de Campinas desmantelou uma sofisticada organização criminosa especializada na venda de produtos falsificados através das principais plataformas de e-commerce do país. O esquema movimentou impressionantes R$ 12 milhões em transações ilegais antes de ser descoberto pelas autoridades.

Operação combate crime digital de alto padrão

As investigações culminaram em duas operações realizadas nesta segunda-feira (10) e no último dia 30 de outubro. Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão em seis endereços diferentes, incluindo três galpões logísticos no Jardim Itatinga e três imóveis residenciais - dois em condomínios do complexo Swiss Park e um no Jardim Magnólia.

De acordo com o delegado Elton Costa, responsável pelo caso, a quadrilha utilizava 154 perfis falsos para criar lojas virtuais nas plataformas Mercado Livre, Shopee e Magazine Luiza. Além disso, foram identificadas 46 empresas registradas em nome de terceiros que não tinham conhecimento de que suas identidades estavam sendo utilizadas para o esquema criminoso.

Esquema sofisticado e ramificações internacionais

Durante as buscas, os agentes apreenderam celulares, notebooks e documentos que detalham o funcionamento completo da organização. Entre os produtos falsificados comercializados estavam perfumes, celulares, aspiradores de pó automáticos, brinquedos, tintas de impressora, canetas emagrecedoras e roupas falsificadas.

A polícia também apreendeu veículos de luxo, incluindo um Porsche Macan e um Jeep Compass, além de milhares de produtos falsos. O balanço completo dos itens apreendidos ainda não foi divulgado pelas autoridades.

As investigações revelaram que o grupo atuava em diversos estados brasileiros e possuía ramificações no Paraguai e na China, demonstrando a complexidade e alcance da operação criminosa.

Possível ligação com facção criminosa

Um dos aspectos mais preocupantes do caso é a possível relação da quadrilha com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Embora ainda não haja confirmação oficial, as autoridades investigam conexões entre o esquema de falsificação e a facção criminosa.

Outra operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo no último dia 30 também mirou um esquema de lavagem de dinheiro ligado a dois dos traficantes mais procurados do Brasil, incluindo Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como "Mijão", principal chefe em liberdade do PCC.

Presos e andamento das investigações

Até o momento, duas pessoas foram ouvidas pela polícia, e outras devem ser interrogadas nos próximos dias. Gustavo Lupercino de Freitas, identificado como um dos sócios principais da organização, foi preso em flagrante durante a operação do dia 30 de outubro e segue preso preventivamente.

Ele responde pelos crimes de falsificação de medicamentos, contravenção de produtos, sonegação fiscal, crime contra as relações de consumo e estelionato. O g1 tentou contato com a defesa do suspeito, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.

As investigações continuam em andamento, com expectativa de novas prisões e descobertas sobre a extensão completa da rede criminosa que enganava consumidores e burlava a lei através de sofisticados métodos digitais.