
Era pra ser mais um sábado tranquilo no condomínio de alto padrão em Juazeiro do Norte, no Ceará. Mas o silêncio da manhã foi quebrado por vozes firmes e o barulho de viaturas se aproximando. A cena? Uma operação policial de tirar o fôlego que resultou na captura de uma das mulheres mais procuradas da região.
Conhecida nos meios criminosos como a "princesinha do tráfico", ela não era nenhuma iniciante. Pelo contrário. Tinha um histórico que incluía até mesmo uma fuga audaciosa do Centro de Progressão Feminina do Cariri, em maio do ano passado. Desde então, vivia na clandestinidade, mas não exatamente de forma discreta.
O apartamento onde foi encontrada não era qualquer um. Localizado em um condomínio fechado – daqueles com segurança reforçada e muros altos –, mostrava que ela mantinha um padrão de vida que, convenhamos, não combina com quem está supostamente foragida. A ironia não passou despercebida pelos agentes.
Operação Foi Resultado de Investigação Minuciosa
Segundo fontes próximas ao caso, a prisão não foi obra do acaso. Veio após semanas de trabalho de inteligência e monitoramento. Os policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) agiram com precisão cirúrgica.
Nada de tiros ou confusão. Apenastática tática e planejamento. Eles sabiam exatamente onde ela estava e como agir. Chegaram, isolaram a área e efetuaram a prisão sem maiores resistências. A eficiência foi tamanha que vizinhos só perceberam que algo acontecia quando tudo já havia terminado.
O Que Esperar Agora?
Ela foi levada para a delegacia e agora responde por tráfico de drogas e por evasão. A justiça cearense, claro, não perdoa. A fuga anterior só agravou sua situação perante a lei. Desta vez, dificilmente conseguirá burlar o sistema novamente.
O caso joga luz sobre um problema persistente: a atuação de facções criminosas no interior do Nordeste, especificamente no Cariri. A região, conhecida pela fé e pelo turismo religioso, enfrenta há anos uma disputa territorial entre organizações que tentam controlar o fluxo de drogas.
A prisão de uma figura com certo "status" no crime é, sem dúvida, um golpe duro. Simbólico. Mostra que ninguém está realmente acima da lei, por mais que tente se esconder atrás de muros altos ou de apelidos cheios de pretensão.
O que vem pela frente? Ela deve ser recolhida ao sistema prisional novamente, mas agora sob vigilância muito mais rigorosa. A menos, é claro, que outra fuga milagrosa aconteça – o que parece absolutamente improvável.
Enquanto isso, a população do condomínio tenta retomar a normalidade. Mas a lembrança da operação que expôs uma realidade dura bem ali, ao lado, vai demorar a sair do imaginário de quem testemunhou tudo de perto.