
Numa manhã que parecia comum no centro da capital paulista, a rotina da Favela do Moinho foi interrompida por uma movimentação intensa das forças de segurança. A operação, que começou nas primeiras horas desta quarta-feira, não foi nada convencional – diga-se de passagem, essas nunca são.
Setembro mal começou e já temos mais um capítulo na guerra contra o narcotráfico. Sete indivíduos, supostamente ligados ao comércio ilegal de entorpecentes, agora estão atrás das grades. A Polícia Civil não brinca em serviço quando o assunto é desmantelar pontos de venda de drogas.
O que encontraram?
Pasmem: além de uma quantidade considerável de crack e cocaína, os agentes se depararam com dinheiro vivo – aquele que circula longe dos holofotes do sistema financeiro formal. Mas não parou por aí. Uma espingarda artesanal, dessas que causam calafrios em qualquer cidadão de bem, também foi apreendida.
O detalhe que mais chocou até os investigadores mais experientes? Munições. Sim, várias delas, prontas para serem utilizadas em quem quer que se atravesse no caminho do tráfico.
Como tudo aconteceu?
A operação foi minuciosamente planejada durante semanas. Os policiais infiltraram-se na comunidade disfarçados – uma tarefa arriscada, digna de filme de suspense. A investigação começou com denúncias anônimas (aqueles heróis silenciosos que ninguém vê mas que fazem a diferença) sobre a venda aberta de drogas na região.
Os alvos principais eram dois irmãos. Líderes? Talvez. Chefes? Possivelmente. O certo é que eles comandavam tudo com mão de ferro desde o segundo semestre do ano passado. Imagina só – quase um ano aterrorizando a comunidade.
As buscas foram realizadas em cinco endereços diferentes dentro da favela. Cada local um novo capítulo dessa história que parece não ter fim. Os mandados judiciais saíram da 2ª Vara Criminal Central, que autorizou a ação após coletar provas suficientes para incriminar os suspeitos.
E agora?
Os presos enfrentarão a justiça pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Se condenados, podem passar longos anos reconsiderando suas escolhas atrás das grades.
Enquanto isso, na Favela do Moinho, a vida tenta voltar ao normal. Mas a pergunta que fica é: por quanto tempo? Essas operações são necessárias, urgentes até, mas será que estamos combatendo apenas as consequências e não as causas?
O centro de São Paulo respira aliviado – pelo menos por enquanto. A guerra contra as drogas continua, implacável, nas ruas e vielas da maior metrópole do país.