 
Uma mansão de luxo avaliada em R$ 5 milhões, localizada no condomínio de alto padrão Brisas del Mar, em Praia Grande, litoral de São Paulo, servia como quartel-general para uma sofisticada operação criminosa. A propriedade era usada por uma quadrilha especializada em invadir sistemas do Tribunal de Justiça de São Paulo para fraudar processos e adulterar informações judiciais.
Esquema de alto nível desmantelado pela polícia
A Polícia Civil deflagrou na última quinta-feira (30) a Operación Privilegio, que resultou na prisão de quatro integrantes do grupo e na apreensão de equipamentos de última geração utilizados nos crimes. Entre os presos estão dois irmãos considerados líderes da organização.
Os investigadores descobriram que a quadrilha atuava em duas frentes principais:
- Acesso não autorizado aos sistemas internos do TJ-SP
- Fraudes processuais e adulteração de dados judiciais
- Obtenção de informações privilegiadas sobre investigações
Modus operandi sofisticado
De dentro da mansão, os criminosos utilizavam computadores de alto desempenho e conexões de internet de alta velocidade para burlar a segurança dos sistemas judiciais. A investigação aponta que o grupo conseguia:
- Acessar processos em andamento
- Alterar prazos e andamentos processuais
- Incluir e excluir documentos dos autos digitais
- Obter informações sigilosas sobre investigações
Propriedade com suspeitas de lavagem de dinheiro
A mansão de 600 metros quadrados, com piscina, academia e vista para o mar, era mantida com recursos obtidos ilegalmente através das fraudes. Os investigadores trabalham com a hipótese de que a propriedade foi adquirida com dinheiro proveniente do esquema criminoso, caracterizando lavagem de capitais.
"Eles usavam a riqueza e o luxo como fachada para esconder atividades ilícitas. A mansão era o centro nervoso de toda a operação", revelou um delegado envolvido nas investigações.
Operação contou com apoio do TJ-SP
O Tribunal de Justiça de São Paulo colaborou ativamente com a investigação, fornecendo técnicos e especialistas em tecnologia da informação que ajudaram a identificar as vulnerabilidades exploradas pela quadrilha e a rastrear os acessos irregulares.
As investigações começaram há seis meses, após denúncias de irregularidades em processos de grande repercussão. A quebra de sigilo bancário e telefônico dos investigados revelou transações financeiras suspeitas e a aquisição de bens de luxo incompatíveis com as atividades declaradas.
Os presos responderão por crimes de invasão de dispositivo informático, formação de quadrilha, falsificação de documentos públicos e lavagem de dinheiro. As penas podem chegar a 15 anos de prisão.
 
 
 
 
