Edinho Portugal condenado a 27 anos por gestão financeira do TCP
Líder do Terceiro Comando Puro condenado a 27 anos

A Justiça do Rio de Janeiro condenou Edivaldo Freitas Portugal, conhecido como Edinho Portugal, a mais de 27 anos de prisão por seu papel de destaque na organização criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). A sentença foi proferida pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça fluminense.

Operação Fim do Mundo prende líder financeiro

Edinho Portugal foi preso em janeiro de 2023 durante a Operação Fim do Mundo, uma ação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de Janeiro que visava combater a atuação de criminosos em quatro estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Paraná.

De acordo com as investigações, o condenado atuava como um dos principais gerentes financeiros da facção criminosa. "É o líder da associação criminosa, cabendo a ele a coordenação da logística da compra e venda de cargas de entorpecentes", destacou trecho da decisão judicial.

Movimentação milionária sem emprego formal

Os dados do processo revelaram que, mesmo sem ter um emprego formal registrado, Edinho Portugal movimentou valores impressionantes. Somente entre 2019 e 2020, ele movimentou R$ 2,8 milhões através de suas atividades ilícitas.

Além da pena de prisão, a Justiça determinou o sequestro de bens em favor da União. Ele foi condenado pelos crimes de associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, esta última envolvendo imóveis e carros de luxo adquiridos com recursos do crime.

Alcance nacional do esquema criminoso

As investigações comprovaram que as atividades de Edinho Portugal se estendiam para além do Rio de Janeiro. O líder criminoso coordenava o fornecimento de drogas para comunidades conflagradas da capital fluminense e também para outras cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Entre as áreas dominadas pelo TCP estão importantes territórios do crime no Rio: complexos do São Carlos (Catumbi) e de Acari, a Vila Aliança (Bangu), parte da Maré e os morros da Babilônia e do Chapéu Mangueira, no Leme.

Um dos achados significativos da investigação foi a identificação da Ceasa (Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro) como ponto de descarga de drogas e armamentos ilegais, aproveitando a proximidade com a comunidade de Acari.

A Operação Fim do Mundo, que resultou na condenação de Edinho Portugal, tinha como alvo inicial 30 suspeitos de movimentar mais de R$ 100 milhões em recursos ilícitos. Até o momento, não foi possível contatar a defesa do condenado para comentários sobre a sentença.