Líder criminoso é morto em operação que bloqueia R$ 2 bilhões
Chefe de facção morre em confronto com polícia em RO

Confronto termina com morte de líder criminoso em Porto Velho

O suposto líder de uma organização criminosa envolvida em extorsão, tortura e desmatamento na zona rural de Porto Velho foi morto nesta quarta-feira (12) durante um confronto com policiais. A ação faz parte da megaoperação Godos, coordenada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO) em conjunto com forças de segurança.

Detalhes do confronto fatal

De acordo com as investigações, os policiais se dirigiram à residência do suspeito para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão. Quando informado que seria preso, o homem reagiu empunhando uma arma de fogo calibre 9mm. Os agentes revidaram e o atingiram, resultando em sua morte.

A esposa do suspeito também foi baleada durante o confronto, tendo sido atingida na perna. Ela precisou ser socorrida em um helicóptero que pousou no meio da rua, conforme registrado em vídeo que circula nas redes sociais.

Alcance nacional da operação

A operação Godos tem abrangência em quatro estados brasileiros: Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará. O objetivo é cumprir 50 mandados de prisão temporária e 120 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de bens avaliados em impressionantes R$ 2 bilhões.

Entre os presos está um vereador de Nova Mamoré (RO). As investigações revelaram que 12 pessoas são suspeitas de movimentar aproximadamente R$ 110 milhões em suas contas bancárias.

Ligação com movimento social é questionada

O MP-RO aponta que o suspeito morto era integrante da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), mas faz um alerta importante. Não se pode presumir que todos os investigados são camponeses, segundo o órgão ministerial.

O procurador e coordenador do Gaeco, Anderson Batista de Oliveira, explicou que "as pessoas associam tudo o que acontece lá dentro à LCP, quando, na verdade, nem sempre tudo foi praticado pela LCP". Ele acrescentou que "há casos, inclusive, que integrantes da LCP podem até ser utilizados como massa de manobra para um grupo que realmente quer ganhar dinheiro, muito dinheiro, utilizando a bandeira do movimento social".

Histórico criminal do grupo

As apurações começaram em setembro de 2022, a partir de uma denúncia sobre extorsões na zona rural de Porto Velho. O grupo atuava especialmente em Nova Mutum Paraná, onde obrigava pessoas a entregar parte de suas terras.

Os criminosos usavam armas de uso restrito para coagir as vítimas, demonstrando o alto poder de fogo da organização. Entre os itens apreendidos durante a operação estão veículos, tratores, maquinários e até bois, evidenciando a diversidade dos bens obtidos pelas atividades ilícitas.

A operação continua em andamento nos quatro estados, com as forças de segurança trabalhando para cumprir todos os mandados judiciais e desarticular completamente a organização criminosa.