7 chefes do Comando Vermelho transferidos para presídios federais
7 chefes do CV vão para presídios federais

Operação transfere líderes do tráfico para presídios de segurança máxima

O Rio de Janeiro se tornou o estado com o maior número de detentos em penitenciárias federais do país após a transferência de sete chefes do Comando Vermelho (CV) nesta quarta-feira (12). Com essa movimentação, o estado fluminense passou a contar com 66 custodiados de alta periculosidade no sistema prisional federal.

Esquema de segurança rigoroso

A operação foi executada pela Polícia Penal Federal a pedido do governo do Rio de Janeiro e teve autorização da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio no início deste mês. Os sete presos, que estavam detidos em Bangu 1, no Complexo de Gericinó, foram transportados sob forte esquema de segurança até o Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador.

De acordo com informações oficiais, os líderes do tráfico seguiram em um avião da Polícia Federal com destino ao Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, de onde seriam redistribuídos para outras unidades federais. A medida tem como objetivo principal quebrar a comunicação entre as lideranças e outros integrantes da facção criminosa.

Quem são os transferidos

Os sete chefes do Comando Vermelho transferidos são:

  • Alexander de Jesus Carlos (Choque ou Coroa)
  • Arnaldo da Silva Dias (Naldinho)
  • Carlos Vinicius Lírio da Silva (Cabeça de Sabão)
  • Eliezer Miranda Joaquim (Criam)
  • Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho)
  • Marco Antônio Pereira Firmino da Silva (My Thor)
  • Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha)

O conjunto das penas aplicadas a esses sete indivíduos ultrapassa 427 anos de prisão, conforme dados oficiais.

Controvérsia sobre divulgação

O secretário André Garcia, da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, criticou a divulgação da transferência pelo governo do Rio. "Não era para ter sido divulgado, porque compromete a segurança do evento. Eventualmente, pode acontecer algum tipo de tentativa de resgate. Só se divulga esse tipo de operação ao fim do processo. Todos os estados sabem", afirmou o secretário.

A Senappen ressaltou que as transferências seguem o rito estabelecido com o Judiciário, que analisa individualmente cada caso.

Condições rigorosas nos presídios federais

Desde a criação do sistema penitenciário federal, não há registro de entrada de materiais ilícitos nas unidades, segundo a Senappen. Cada preso ocupa uma cela individual e permanece 22 horas por dia isolado, com apenas 2 horas de banho de sol.

A transferência ocorre após uma série de ataques no Grande Rio, atribuídos à facção, em reação à megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha no final de outubro. Segundo o governo do estado, a medida faz parte de uma estratégia mais ampla para conter novos atos de violência e enfraquecer a estrutura de comando da organização criminosa.