
O Supremo Tribunal Federal acabou de acionar o modo "chega de conversa fiada" e determinou a prisão imediata de mais um envolvido naquela baderna golpista de 8 de janeiro. Dessa vez, o alvo é um empresário de Rondônia que, segundo a Justiça, não só participou da arruaça como financiou parte da confusão.
Luiz Henrique de Carvalho, dono de uma madeireira – ironia das ironias – tentou se esconder atrás de argumentos jurídicos que não colaram nem um pouco com o ministro Dias Toffoli. O magistrado, conhecido por sua paciência que não é exatamente infinita, cortou o barato do empresário e ordenou: prende logo.
Quem é o homem por trás da condenação
Carvalho, que deve estar se arrependendo amargamente de ter saído de Porto Velho rumo à Brasília naquele dia, já tinha sido condenado a 17 anos de cana. A lista de crimes é longa: associação criminosa armada, violência contra o Estado Democrático de Direito, destruição do patrimônio público... uma verdadeira salada de frutas podres.
O pior? Ele não era apenas mais um no meio da multidão. As investigações mostram que o sujeito bancou passagens aéreas e hospedagem para outros invasores. Ou seja, além de participar, bancou o turismo golpista.
A decisão que não deu margem para dúvidas
Toffoli foi direto ao ponto na sua decisão. Disse, basicamente, que não tinha cabimento manter o cara solto enquanto ele recorre da condenação. "Não se mostra razoável", escreveu o ministro, com aquela frieza jurídica que dá arrepios em qualquer um que pense em desafiar o sistema.
O empresário tentou argumentar que tinha endereço fixo, família e que não representava risco de fugir. Só esqueceu de mencionar que crimes contra a democracia não são exatamente equivalentes a uma multa de trânsito.
O contexto que pesou contra
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, já havia deixado claro que os crimes eram gravíssimos. E não é para menos – estamos falando de uma tentativa clara de golpe de Estado, com direito a invasão, depredação e um clima de terror institucional.
Carvalho foi condenado junto com outros 30 pessoas. Todos considerados peças-chave na organização do caos que tomou conta da Praça dos Três Poderes naquele dia que manchou a história recente do país.
O que me faz pensar: será que esses caras realmente acreditaram que iam sair impunes? Que o Brasil iria simplesmente aceitar a quebra da democracia como se fosse um jogo de videogame?
O que esperar agora
Com a decisão de Toffoli, a Polícia Federal já pode – e deve – ir atrás do empresário para colocá-lo atrás das grades. A defesa dele, é claro, não deve ficar parada e provavelmente vai tentar recorrer até a última instância.
Mas uma coisa é certa: o STF está mostrando que não vai passar a mão na cabeça de ninguém quando o assunto é atentar contra a democracia. E isso, convenhamos, é um alívio num país que ainda está se recuperando dos traumas daquele janeiro infame.
Enquanto isso, em Rondônia, o caso deve ecoar forte. Não todo dia que um empresário local vira notícia nacional por participar de uma tentativa de golpe. Resta saber se a sociedade rondoniense vai ver isso como um exemplo de que a Justiça funciona ou como mais um capítulo na polarização que insiste em não dar trégua.