
Quase catorze anos se passaram, mas a justiça não esquece. Nem a Polícia Federal. Nesta quarta-feira, um capítulo crucial de um caso que chocou o país foi finalmente fechado com chave de ferro: a prisão de um homem condenado por detonar uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, lá em 2010.
O indivíduo, cuja identidade permanece sob sigilo — coisa comum nesses casos de segurança nacional —, estava foragido da lei. A sentença já tinha caído: 16 anos de reclusão, um tempo considerável, diga-se de passagem. Mas ele não estava muito afim de cumprir.
Uma operação que exigiu pulso firme e paciência
A captura não foi um simples bate-porta. A PF executou um mandado de prisão expedido pela Justiça Federal do Distrito Federal, resultado de uma investigação meticulosa que parecia uma caça ao tesouro, só que o tesouro era um criminoso perigoso.
O atentado, ocorrido em pleno saguão do aeroporto, felizmente não causou vítimas fatais — um alívio e tanto, considerando o potencial destrutivo do artefato. Mas o que ele causou foi um tremor de medo e uma pergunta no ar: quem faria algo assim? E por quê?
Os desdobramentos judiciais e a fuga
Em 2018, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve a condenação, colocando um carimbo de validade na decisão de primeira instância. A defesa tentou recorrer, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou provimento ao recurso em 2022. Foi aí que o condenado, percebendo que as portas estavam se fechando, simplesmente desapareceu.
Ele foi localizado e preso em Brasília, mesmo palco do seu crime. A ironia é forte. Agora, ele responde não apenas pela condenação original, mas também pelo crime de desobediência — afinal, fugir da justiça não é exatamente um passeio no parque.
A operação foi um sucesso, mas serve como um lembrete gelado: a violência e o extremismo podem surgir onde menos esperamos. A boa notícia? As instituições funcionam, mesmo que demorem um pouco.