
Era para ser o momento de colher os frutos de anos de estudo. Mas o que deveria ser uma celebração se transformou numa cilada sem volta. Um homem de 34 anos, que havia concluído o curso de Medicina no Paraguai, viu seus planos desmoronarem ao tentar validar o diploma no Brasil.
O que ele não contava — ou talvez esperasse que ninguém lembrasse — era que carregava um pesado fardo do passado. Condenado por tráfico de drogas, ele cumpria pena em regime semiaberto, aquele que permite trabalhar durante o dia mas exige retorno à prisão à noite.
O passo em falso
Acontece que validar um diploma no Brasil não é como comprar pão na padaria. O processo exige apresentação de documentos, verificação de antecedentes... e foi aí que a casa caiu. Ao solicitar a revalidação do diploma à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), o sistema flagrou seu nome na lista de procurados da Justiça.
Não deu outra. Na última sexta-feira, agentes penitenciários foram até a universidade e — pasmem — prenderam o futuro médico no próprio local onde ele tentava legitimar sua formação.
Uma ironia do destino
O que me faz pensar: ele realmente acreditava que poderia escapar ileso? Que ninguém cruzaria os dados? Parece aquelas histórias de filme onde o criminoso comete um erro básico que leva à sua captura.
Segundo a polícia, o homem estava foragido desde maio, quando deixou de retornar ao presídio após o trabalho. E olha só o paradoxo: enquanto deveria estar cumprindo pena, estava estudando medicina em outro país. A vida prega dessas peças sometimes.
O que acontece agora?
O tal médico-internado foi recolhido ao Presídio Estadual de Foz do Iguaçu e responde por descumprir as regras do semiaberto. Seu sonho de vestir o jaleco branco no Brasil? Bem, esse terá que esperar — se é que ainda existe alguma chance.
Resta a pergunta que não quer calar: será que valeu a pena o risco? Investir tempo e dinheiro numa formação que, no final das contas, só serviu para levá-lo de volta à cela? Coisas da vida, meu caro. Coisas da vida.