
Era suposto ser um lugar de fé. Um terreiro onde as pessoas buscavam conforto, orientação — talvez até milagres. Mas o que aconteceu ali, nas sombras dos cantos enfeitados com velas e ervas, foi longe de qualquer coisa sagrada.
Um autoproclamado líder religioso, cujo nome a polícia ainda segura a sete chaves (mas que já circula em sussurros pela comunidade), foi preso em flagrante na noite de quarta-feira. A acusação? Estupro de vulnerável. A vítima? Uma adolescente de 16 anos que teria ido ao local em busca de "cura espiritual".
"Salvação" ou crime?
Quando os policiais chegaram — alertados por uma denúncia anônima que falava em "rituais estranhos" —, o homem não negou o ato. Pelo contrário. "Estava libertando ela dos demônios", disse, com uma calma que arrepiou até os investigadores mais experientes. Como se violar uma menor fosse parte do pacote de salvação.
Detalhe macabro: segundo o delegado responsável, o acusado já tinha histórico de abordagens inadequadas. "Só não tínhamos provas concretas até agora", admitiu, em tom frustrado. Desta vez, porém, a cena foi flagrada por uma câmera de segurança próxima — imagens que mostram a garota saindo do local visivelmente abalada.
O que diz a defesa (ou o que resta dela)
O advogado do preso — sim, ele conseguiu um — tenta emplacar a narrativa de "tudo não passou de um mal-entendido doutrinário". Afirma que a adolescente "consentiu" (ignorando o fato de que, legalmente, ela não poderia fazê-lo). Até agora, juízes têm dado risadas amargas dessa defesa.
- A vítima está sob proteção do Conselho Tutelar
- O terreiro foi interditado — e não era a primeira denúncia
- Membros da comunidade religiosa local repudiaram o ato
E aqui vai um fato que dá nó no estômago: o sujeito cobrava R$ 300 por "sessões de descarrego". Só que, pelo visto, o único descarregado era ele — de qualquer resquício de humanidade.