
Era mais uma quarta-feira aparentemente comum no Centro de Fortaleza, mas o que se desenrolava nos bastidores era tudo menos rotineiro. A Polícia Civil, em uma daquelas operações que parecem saídas de série policial, acabou de desmantelar um esquema de receptação que vinha tirando o sono de muita gente.
O alvo? Um comerciante de 53 anos – imagine só – que usava justamente seu estabelecimento comercial como fachada para negociar celulares roubados. A ironia não poderia ser mais gritante.
Operação na hora certa
Por volta das 15h desta quarta-feira (13), os agentes fecharam o cerco. E não foi pouco o que encontraram: mais de 60 aparelhos celulares, todos com indícios claros de serem fruto de roubo. Os policiais, que investigavam o caso há semanas, finalmente tinham a prova que precisavam.
"A gente desconfiava há tempo", comentou um dos investigadores, que preferiu não se identificar. "Mas ver tudo aquilo exposto assim... foi surreal."
Modus operandi revelado
O que choca não é apenas a quantidade, mas a audácia. O comerciante – que deveria ser exemplo de legalidade – operava tranquilamente no coração da cidade, como se estivesse vendendo legumes ou roupas, e não dispositivos fruto do crime.
Os aparelhos, segundo as investigações, eram revendidos a preços abaixo do mercado. Uma tentação para quem não questiona a origem, mas um pesadelo para as vítimas que perderam não apenas um objeto, mas dados pessoais, fotos, memórias...
As consequências
O indivíduo foi preso em flagrante por receptação qualificada. Agora, responde perante a Justiça, enquanto os celulares apreendidos seguem para perícia. A expectativa é que muitos possam ser devolvidos aos legítimos donos – ainda que, convenhamos, recuperar um celular roubado seja quase um milagre nos dias de hoje.
O caso serve como alerta: o comércio de produtos roubados não é vítima menos crime. Pelo contrário, é o que alimenta toda a cadeia delituosa. E Fortaleza, definitivamente, não está para brincadeiras.