As autoridades australianas confirmaram, nesta segunda-feira (22), a prisão do principal suspeito pelo atentado terrorista ocorrido na famosa praia de Bondi, em Sydney. Naveed Akram, de 24 anos, foi transferido de um hospital para uma unidade prisional, onde responderá por 59 crimes, incluindo terrorismo.
Detalhes do ataque e a investigação
O ataque aconteceu durante uma celebração do festival judaico de Hanukkah, resultando em uma tragédia de grandes proporções. Segundo a polícia, Naveed e seu pai, Sajid Akram, de 50 anos, são acusados de matar 15 pessoas e ferir outras 40, incluindo dois policiais. Sajid morreu em um confronto com as forças de segurança logo após o tiroteio.
As vítimas tinham idades entre 10 e 87 anos. A mais jovem, uma menina, não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital. Entre os mortos está o rabino Eli Schlanger, de 41 anos, natural de Londres. Um cidadão israelense também perdeu a vida no episódio.
Indícios apontam que a ação foi inspirada por ideologias do Estado Islâmico. No veículo usado pelos suspeitos, foram encontradas bandeiras artesanais do grupo terrorista. O carro estava registrado no nome de Naveed Akram.
Viagem às Filipinas e repercussão internacional
Um ponto crucial da investigação é uma viagem que pai e filho fizeram às Filipinas um mês antes do ataque. O pai entrou no país com passaporte indiano, enquanto o filho usou um passaporte australiano. As motivações e os detalhes dessa viagem são alvo de apuração das autoridades.
O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, foi enfático ao afirmar que o ataque foi planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney no primeiro dia do Hanukkah. Líderes mundiais, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, condenaram veementemente o ato.
No Reino Unido, a polícia anunciou o reforço do policiamento em comunidades judaicas como medida de precaução.
Herói civil e consequências
Um momento de coragem marcou a tragédia. Um homem de 43 anos, vendedor de frutas, conseguiu desarmar um dos atiradores, colocando a própria vida em risco. Ele foi baleado duas vezes, no braço e na mão, mas passa bem e se recupera no hospital.
A polícia descartou a participação de um terceiro suspeito e informou que um objeto suspeito, possivelmente um artefato explosivo, foi removido de um carro próximo ao local. O nível de ameaça terrorista na Austrália permanece classificado como "provável".
Este é um dos piores ataques em massa no país desde o massacre de Port Arthur, em 1996, que levou a uma rigorosa reforma na legislação de controle de armas.