
O silêncio é o que mais dói. Cada hora que passa sem notícias do brasileiro Thiago Henrique Mello, de 32 anos, parece uma eternidade para sua família no Rio de Janeiro. O rapaz integrava aquela frota humanitária que seguia para Gaza — você deve ter ouvido falar — e simplesmente sumiu do mapa há mais de uma semana.
"É uma angústia que consome por dentro", desabafa a irmã, Gabriela Mello, com a voz embargada. "Cada minuto vira uma tortura, uma incerteza que não dá trégua." Ela tenta manter a compostura, mas a preocupação estampa cada palavra.
O Desaparecimento
A última vez que alguém da família teve contato com Thiago foi no dia 24 de setembro. O timing não poderia ser pior — ele estava prestes a embarcar justamente naquela missão complicada rumo à Faixa de Gaza. Desde então? Nada. Absolutamente nada.
O que mais deixa a família de cabelos em pé é que Thiago não é nenhum aventureiro irresponsável. Muito pelo contrário. O cara trabalhava como coordenador de logística numa organização não-governamental séria, a 'Vozes pela Paz'. Tinha experiência de sobra nesse tipo de missão delicada.
Busca Internacional
A família já acionou todo mundo que podia. O Itamaraty foi notificado, mas — e aqui vem a parte frustrante — até agora as informações são escassas, quase inexistentes. "A gente sente falta de um canal mais direto, mais ágil", comenta Gabriela, tentando escolher as palavras com cuidado.
Eles sabem que a situação em Gaza é complicadíssima, um verdadeiro campo minado diplomático e literalmente. Mas será que ninguém tem uma informação, um boato, qualquer coisa?
O Retrato do Desaparecido
Thiago não é um desconhecido qualquer se metendo onde não foi chamado. O homem tem histórico. Já participou de missões humanitárias na Ucrânia — sim, lá também — e em campos de refugiados sírios. Sabe o que está fazendo, ou pelo menos deveria saber.
"Ele sempre foi movido por ajudar o próximo", conta a irmã, com um orgulho misturado com preocupação. "Mas essa é a primeira vez que simplesmente perdemos completamente o contato."
O Apelo da Família
O desespero chegou num ponto que a família está apelando para as redes sociais. Criaram até uma hashtag — #EncontreThiagoMello — na esperança de que alguém, em algum lugar, tenha alguma informação.
"Qualquer migalha de informação já seria algo", implora Gabriela. "Um 'vi ele bem' ou 'ele está seguro' — qualquer coisa é melhor que esse vazio absoluto."
Enquanto isso, a família segue naquela espera agonizante. Cada toque de telefone é um susto, cada notificação uma esperança que pode se transformar em nova decepção. O mundo continua girando, mas para eles o tempo parou no dia 24 de setembro.