
Quem poderia imaginar que uma manhã de sábado, supostamente tranquila, se transformaria num pesadelo sem fim? Pois foi exatamente isso que aconteceu no dia 7 de outubro de 2023, quando o mundo parou para assistir - incrédulo - à carnificina orquestrada pelo Hamas contra civis israelenses.
No meio desse caos todo, uma história em particular dói na alma: a de Ranani Glazer. Meio brasileiro, meio israelense, completamente humano. Tinha apenas 25 anos - idade de sonhar, construir, viver. Mas o ódio não escolhe idade, não é mesmo?
O Rapaz dos Dois Mundos
Ranani não era apenas mais um nome nas estatísticas. Nascido no Paraná, criou-se entre duas culturas, dois amores. O coração dividido entre o Brasil terra-natal e Israel, onde escolheu morar. Trabalhava com tecnologia - claro, um jovem do nosso tempo - mas sua verdadeira paixão era a música.
Dizem que tocava violão com uma sensibilidade que arrancava lágrimas. Talvez porque sua música carregasse um pedacinho de cada um dos países que chamava de lar.
O Dia que Tudo Mudou
Aconteceu no kibutz Nir Oz, comunidade que deveria ser sinônimo de paz e segurança. O Hamas invadiu, destruiu, matou. E Ranani estava lá, no lugar errado, na hora mais errada possível.
Os detalhes são de cortar o coração: ele foi levado como refém junto com a namorada, a também brasileira Cristine Rondon. Ela sobreviveu - milagre ou sorte, quem sabe? - mas ele... Bem, essa parte da história ainda custa a ser contada.
O Calvário de uma Família
Imagine a angústia dos Glazer. Dias sem notícias, semanas de incerteza, meses de esperança que vai murchando lentamente. Até que veio a confirmação terrível: Ranani havia sido executado durante o próprio ataque.
Sua mãe, a brasileira Andrea Guedella, transformou a dor em luta. Tornou-se uma das vozes mais ativas na busca por justiça e na divulgação dessas histórias que o mundo parece querer esquecer.
Um Legado de Perguntas Sem Resposta
Dois anos depois, o que mudou? O conflito continua, mais mortes se acumulam, e famílias como a de Ranani seguem buscando closure que talvez nunca venha.
Ranani Glazer deixou para trás não apenas lembranças, mas um alerta silencioso sobre o custo humano dos conflitos geopolíticos. Cada número nas estatísticas tem rosto, história, sonhos interrompidos.
E enquanto diplomatas discutem termos em salas refrigeradas, lá está Andrea, mostrando fotos do filho para quem quiser ver. Porque por trás de cada "vítima do conflito" existe alguém que amava música, que tinha planos, que merecia envelhecer.