O Paquistão iniciou uma investigação oficial nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, sobre o violento atentado terrorista que resultou na morte de 12 pessoas na capital Islamabad. O ataque ocorreu na frente do prédio do tribunal distrital na terça-feira anterior, deixando também cerca de 30 feridos.
Detalhes do ataque terrorista
O ministro do Interior do Paquistão, Mohsin Naqvi, relatou que o terrorista tentou inicialmente entrar no tribunal a pé, mas foi impedido pelo segurança. O homem-bomba esperou entre 10 e 15 minutos do lado de fora do prédio antes de detonar o explosivo próximo a uma viatura policial.
Bombeiros trabalharam para apagar as chamas após a explosão que atingiu o veículo da polícia. As imagens mostram a destruição causada pelo ataque no coração da capital paquistanesa.
Acusações e negativas
O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, emitiu uma declaração na noite do atentado acusando o "terrorismo de Estado indiano" de estar por trás do ataque suicida. Sharif alegou que militantes baseados no Afeganistão cometeram a explosão "a mando da Índia", descrevendo o episódio como uma "conspiração nefasta".
Em resposta rápida, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Índia, Randhir Jaiswal, negou categoricamente as alegações, classificando-as como "infundadas".
O grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), também conhecido como Talibã paquistanês, inicialmente reivindicou a autoria do ataque, afirmando ter como alvo "juízes e advogados não islâmicos". Entretanto, horas depois, o porta-voz do TTP negou que o grupo estivesse envolvido no atentado.
Tensões regionais em alta
Este ataque ocorre em um momento de extrema tensão entre Índia e Paquistão. As relações entre os dois países nucleares atingiram seu pior nível em maio, quando a Índia lançou a "Operação Sindoor" - ataques aéreos contra alvos no Paquistão e na Caxemira paquistanesa.
Essa operação foi uma resposta direta ao massacre de 26 pessoas, na maioria turistas hindus, que ocorreu em 22 de abril em um resort em Pahalgam, na região da Caxemira. A Índia classificou o episódio como ataque terrorista e acusou o Paquistão de apoiar o grupo autodenominado "Resistência da Caxemira".
As retaliações se intensificaram rapidamente:
- Paquistão fechou seu espaço aéreo para aviões indianos
- Cancelou todos os vistos para cidadãos indianos
- Suspendeu relações comerciais com o vizinho
- Índia se retirou de um acordo de compartilhamento de águas crucial para a agricultura paquistanesa
O conflito escalou com relatos de bombardeios ininterruptos e tiroteios ao longo da fronteira, além de ataques à cidade de Jammu, capital da Caxemira indiana, que ficou sem energia junto com outras cidades.
Um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos entrou em vigor no início de maio, com o presidente Donald Trump e autoridades paquistanesas creditando ao secretário de Estado Marco Rubio e ao vice-presidente J.D. Vance a mediação das negociações de paz.
O atentado em Islamabad representa uma nova ameaça à frágil paz regional, podendo reacender as hostilidades entre as duas potências nucleares que já enfrentaram várias guerras desde sua independência em 1947.