Eis que a Argentina resolveu mexer num vespeiro político dos grandes. A justiça de lá deu sinal verde para extraditar um dos traficantes mais procurados do Cone Sul - o uruguaio Sebastián Marset. E olha só onde a coisa ficou interessante: descobriram que o sujeito, de quebra, financiava um aliado do próprio presidente Javier Milei.
Parece roteiro de série, mas é a pura realidade. Marset, esse personagem que mais parece saído de um thriller policial, está envolvido até o pescoço no tráfico internacional de drogas. A Interpol soltou alerta vermelho nele, e não é por pouco.
O que se sabe sobre as conexões políticas
O buraco é mais embaixo - e mais político do que se imaginava. As investigações trouxeram à tona transferências suspeitas de dinheiro direto para os cofres de um deputado da província de Salta. O tal parlamentar, Juan Carlos Llancari, não é qualquer um: é do partido La Libertad Avanza, a mesma sigla do polêmico Milei.
Como é que um traficante internacional consegue bancar político? A pergunta que não quer calar. E pior: será que isso é só a ponta do iceberg? A oposição já está com os dentes afiados, querendo sangue.
Os desdobramentos judiciais
O juiz federal Ariel Lijo - esse nome vai ficar marcado - foi o responsável pela decisão bombástica. Ele analisou o pedido brasileiro e concluiu: tem base sólida. Marset vai ter que encarar a justiça do Brasil, onde é acusado de montar uma rede sofisticadíssima de tráfico.
Mas calma que a coisa não para por aí. A defesa do uruguaio já anunciou que vai recorrer até o último instante. Alegam violação de direitos humanos e tudo mais que conseguirem inventar. Vai ser uma batalha judicial das bravas.
E as repercussões no governo Milei?
O silêncio no palácio presidencial é quase ensurdecedor. Ninguém quer tocar no assunto com vara longa. O governo tenta minimizar, diz que é caso isolado, mas a impressão que fica é que tão tentando tapar o sol com a peneira.
O ministro da Segurança, alguém tem que se explicar - Patricia Bullrich, soltou uma nota meia-boca dizendo que "o combate ao narcotráfico é prioridade". Só isso? Depois de um escândalo desses?
Enquanto isso, nas redes sociais, o povão não perdoa. As críticas chovem de todos os lados. "Até quando vamos aceitar políticos financiados pelo crime?", pergunta um usuário no X. Outros lembram das promessas de campanha de Milei sobre acabar com a corrupção. Taí...
O que esperar agora
O caso promete virar um verdadeiro tsunami político. A oposição já marcou audiências públicas, quer explicações. E o Brasil, coitado, fica na expectativa de saber se vai conseguir finalmente colocar as mãos em Marset.
Uma coisa é certa: a relação entre tráfico e política na América Latina nunca pareceu tão exposta. E o pior - talvez seja só o começo de uma revelação muito maior.
