
Imagina a cena: você está tranquilão rolando o feed quando de repente topa com um perfil cheio de fofoca da sua cidade. Até aí, nada muito fora do normal — se é que podemos chamar de normal essa febre de fofoca anônima que virou praga nas redes. Mas e se, do nada, o administrador desse perfil te manda uma mensagem direta ameaçando expor seus podres a não ser que você pague? Pois é.
Foi exatamente isso que aconteceu em Patrocínio, cidade do interior mineiro que, de repente, se viu no centro de um caso bizarro de extorsão digital. A protagonista dessa trama — se é que podemos chamar assim — é uma jovem de 19 anos que, segundo a polícia, criou um perfil anônimo para divulgar fofocas e depois partiu para o golpe.
A moça não fazia rodeios: ou a pessoa pagava para ela deletar as postagens, ou o mundo inteiro ia ficar sabendo dos assuntos que ela ameaçava revelar. A frase que ficou famosa entre as vítimas foi justamente essa: "Para eu apagar, tem que me pagar". Direct e sem dó.
Mais de 10 vítimas e um modus operandi ousado
Até onde se sabe, pelo menos dez pessoas teriam sido alvo dessa artimanha criminosa. A investigação começou depois que várias delas resolveram perder a vergonha e procurar a Delegacia de Patrocínio para relatar o caso. Umas caíram no conto, outras não — mas o constrangimento, esse ficou para todo mundo.
E não foi algo barato, não. Os valores exigidos variavam bastante, mas em alguns casos a jovem pedia até R$ 500 para apagar uma única publicação. Detalhe: tudo via PIX, é claro. Porque afinal, que criminoso nos dias de hoje ainda vai querer combinar de receber em envelope?
Como a polícia descobriu?
Aquela velha máxima de que "crime não compensa" parece que se aplicou mais uma vez. A Polícia Civil mineira abriu investigação, rastreou transações eletrônicas e — pasmem — identificou a suposta autora das extorsões. Uma jovem, moradora da própria cidade, que agora responde por suspeita de extorsão.
E não para por aí: o perfil de fofocas, que já tinha mais de 3 mil seguidores, sumiu do ar. Mas lógico que as prints e as conversas já estavam circulando há tempos nos grupos de WhatsApp da cidade.
O caso todo lembra aquela série da Netflix, você sabe qual é. Só que aqui, na vida real, o final não é tão dramático — ainda bem — mas serve de alerta para quem acha que anonimato nas redes é sinônimo de impunidade.
E agora, será que vai virar moda? Esperamos que não, porque ninguém merece viver com medo de que um desconhecido — ou pior, um conhecido — resolva chantagear a gente com aquilo que a gente pensava que estava guardado a sete chaves.
Fica o recado: redes sociais são terra sem lei, mas as consequências no mundo real podem — e devem — ser bem reais.