
Eis que o coração, ingênuo, acredita ter encontrado o amor na tela do celular. Mas eis também que a realidade, cruel, mostra-se bem diferente. Foi mais ou menos assim que um homem, cuja identidade preservamos, viu-se R$ 50 mil mais pobre após cair num conto do vigário — ou melhor, da vigarista — moderno.
Aconteceu em Goiás, claro. A Polícia Civil prendeu uma mulher, de 33 anos, suspeita de aplicar um golpe daqueles de deixar qualquer um de cabelo em pé. A moça — e olha que eu uso o termo com alguma reserva — usou fotos de outra pessoa, alguém que nada tinha a ver com a história, para criar um perfil falso em um aplicativo de relacionamento. A isca estava lançada.
E o peixe mordeu. O homem, iludido pela beleza emprestada e pelas promessas de um futuro romance, iniciou uma conversa que se arrastou por meses. Mesmos! Quem nunca se pegou horas no celular, né? Aos poucos, a conversa fiada foi ganhando contornos de intimidade. E então, veio o pedido. Dinheiro.
O Pretexto Perfeito (ou Quase)
A alegação? Ah, a velha e boa emergência médica. A suposta parente doente, despesas hospitalares urgentes… um clássico do gênero! A vítima, com o coração mole e a cabeça não muito firme, foi transferindo valores até atingir a cifra astronômica de cinquenta mil reais. Uma fortuna!
A quebra da magia veio, como quase sempre vem, quando a ficha começou a cair. Desconfiado com a demora do tão sonhado encontro presencial — porque no virtual tudo é mais fácil —, o homem decidiu investigar. E aí, o castelo de areia desmoronou. As fotos eram de uma terceira pessoa, totalmente alheia à fraude. Foi o suficiente para acionar a lei.
A polícia, então, partiu para a ação. A prisão ocorreu em flagrante, durante uma tentativa audaciosa da suspeita de retirar parte do dinheiro — imagine só a cara de pau! — em um banco da cidade de Goiânia. Naquele momento, o golpe ruiu de vez.
E Agora, José?
A mulher já está atrás das grades e o caso foi registrado como estelionato. A delegada responsável pelo caso foi enfática: “É um alerta para todos. Na internet, nem tudo é o que parece. Desconfie de pedidos de dinheiro, mesmo que a história pareça convincente.” Sábias palavras, não?
Moral da história? O amor virtual pode até existir, mas a cautela precisa ser real. Quem paga pra ver, às vezes, paga caro demais.