Era um cenário que faria qualquer amante de animais perder o sono. Mais de 30 cães — alguns magérrimos, outros com feridas expostas — foram encontrados em um canil que mais parecia um campo de concentração para peludos. João Pessoa, que normalmente respira tranquilidade, teve seu lado sombrio exposto nesta operação.
Os agentes chegaram de surpresa, mas o cheiro já denunciava a situação a metros de distância. "Parecia que ninguém limpava aquele lugar há meses", contou um dos resgatistas, ainda com a voz embargada. Os animais, de raças variadas, estavam confinados em espaços minúsculos, sem água limpa ou comida adequada.
Negligência que choca
Alguns detalhes são de cortar o coração:
- Vários cães com sinais claros de desnutrição — costelas visíveis, pelagem opaca
- Água parada e suja nos recipientes
- Fezes acumuladas por todo o local
- Filhotes com infecções nos olhos, sem qualquer tratamento
"Isso não é criação, é tortura", disparou uma veterinária que participou da ação. Ela contou que muitos animais tremiam ao ser tocados — sinal claro de trauma. O que deveria ser um local de reprodução responsável se revelou uma fábrica de sofrimento.
O que acontece agora?
Os peludos foram levados para um centro de recuperação animal. Lá, passarão por:
- Avaliação médica completa
- Tratamento para quaisquer doenças
- Processo de socialização (muitos nunca tiveram contato humano positivo)
- Castração
- Preparação para adoção responsável
Enquanto isso, o dono do canil — que preferiu não se identificar — pode responder criminalmente. A lei brasileira é clara: maus-tratos a animais é crime com pena de até cinco anos. Mas sabemos como essas coisas costumam terminar, não é?
Uma vizinha, que pediu para ser chamada apenas de Dona Maria, confessou: "A gente ouvia os latidos dia e noite, mas nunca imaginou que fosse tão ruim". A pergunta que fica: até quando situações assim vão continuar escondidas atrás de muros?
