
Era uma rede que parecia saída de um roteiro de faroeste, mas era real — e lucrativa. Trinta e duas pessoas agora enfrentam a justiça no Tocantins, acusadas de integrar um esquema sofisticado de furto de gado, abate clandestino e venda de carne sem qualquer tipo de inspeção sanitária. A Polícia Civil, em uma operação de tirar o fôlego, desmontou a operação que aterrorizava pecuaristas da região.
Os investigadores — gente boa de serviço, diga-se — descobriram que o grupo não agia por impulso. Era tudo meticulosamente planejado. Os animais eram roubados de propriedades rurais, transportados para locais isolados (que funcionavam como matadouros improvisados) e, depois de abatidos de forma completamente irregular, a carne era comercializada sem o menor controle. Um perigo à saúde pública, né?
Como a quadrilha operava
O modus operandi era audacioso. Os suspeitos escolhiam o gado — bovinos e bubalinos —, furtavam-nos e os levavam para abatedouros irregulares, longe dos olhos da lei. A carne, então, seguia para o comércio local, sem registro, sem fiscalização, sem nada. Quem comprava, coitado, nem imaginava o risco que corria.
Numa investida recente, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em vários endereços. O resultado? Apreensões significativas: veículos usados no transporte do gado roubado, instrumentos utilizados no abate ilegal e, pasmem, até armas de fogo. Tudo isso em posse de indivíduos que claramente não estavam preocupados com o bem-estar alheio.
As investigações e os próximos passos
As investigações começaram depois de várias denúncias anônimas — porque, no interior, todo mundo se conhece, e uma hora o boiadeiro desonesto cai no conto do vigário. A Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público, trabalhou durante meses para identificar todos os envolvidos. Agora, os 32 indiciados responderão por crimes de furto, associação criminosa e exercício ilegal de atividade econômica, entre outros.
E olha, o problema não é pequeno. Além do prejuízo financeiro para os produtores rurais — que já enfrentam secas, incêndios e um monte de outras dificuldades —, a prática coloca em risco a saúde de quem consome a carne. Sem inspeção, não há como saber se o produto estava livre de doenças ou se foi manipulado em condições minimamente higiênicas. É brincar com fogo, literalmente.
Para o delegado responsável pelo caso, a operação mandou um recado claro: crime rural não ficará impune. "A mensagem é que a lei alcança todos, mesmo em regiões mais afastadas", afirmou. E que assim seja — porque o campo já tem desafios demais para ainda ter que lidar com gente sem escrúpulos.