Timothée Chalamet visita clube de surf artificial em SP; título custa até R$ 1,25 mi
Timothée Chalamet em clube de surf artificial de luxo em SP

A passagem do astro internacional Timothée Chalamet por São Paulo na última quinta-feira (4) iluminou um fenômeno recente da capital paulista: a ascensão de clubes privados de luxo que simulam praias completas, com areia, coqueiros e ondas geradas por tecnologia de ponta. O ator, que está no Brasil para promover o filme "Marty Supreme", foi visto no Beyond The Club, na Zona Sul, acompanhado do tricampeão mundial de surfe Gabriel Medina, sócio do empreendimento, e do diretor do filme, Josh Safdie.

A Nova Onda do Lazer Paulistano

A cena evidencia uma disputa que começa a se formar no mercado imobiliário de alto padrão: a criação de uma "orla paulistana" em uma cidade sem mar. No mesmo dia da visita de Chalamet, outro gigante do setor, o São Paulo Surf Club, inaugurava oficialmente suas operações para sócios. Ambos os projetos funcionam com base em títulos patrimoniais, que custam fortunas e garantem acesso a um conceito inédito de lazer urbano.

O São Paulo Surf Club, localizado na Avenida Duquesa de Goiás, 571, opera com uma piscina de surf de 220 metros que utiliza a tecnologia PerfectSwell, da American Wave Machines. O sistema permite criar ondas totalmente programáveis, com altura, formato e duração controlados por um botão, oferecendo sessões de até 22 segundos. O acesso é restrito a detentores de um título vitalício, cujo valor gira em torno de R$ 1,25 milhão.

Já o Beyond The Club, que recebeu a comitiva de Chalamet, oferece uma praia artificial de 28 mil metros quadrados com areia natural e capacidade de gerar impressionantes 900 ondas por hora. O clube funciona apenas nos finais de semana para seus associados, que adquirem um dos 3 mil títulos familiares disponíveis, com valores a partir de R$ 820 mil.

Estrutura e Experiência de um Resort Urbano

Uma visita ao São Paulo Surf Club revela um universo à parte. O ambiente, que lembra um resort tropical de luxo, faz esquecer momentaneamente o concreto e o trânsito intenso da Marginal Pinheiros, que fica a poucos metros dali. A estrutura é organizada em seis andares, todos dedicados ao lazer de alto padrão.

No térreo, fica o coração do clube: a praia artificial, a piscina de surf, vestiários, um restaurante com vista para as ondas, um bar, um kids club e piscinas externas. No segundo andar, há uma academia completa, quadras de pickleball e squash, uma raia de natação de 25 metros e um salão de beleza. O terceiro piso abriga outra área de fitness, sala de pilates e um spa, enquanto no exterior ficam quatro quadras de tênis de saibro. O topo do edifício conta com uma quadra poliesportiva e uma quadra rápida de tênis, com vista panorâmica da cidade.

Para os iniciantes, a experiência começa com uma aula obrigatória em solo firme, ministrada por instrutores do Instituto Brasileiro de Surf (Ibrasurf). Eles ensinam as partes da prancha, a posição do corpo e simulam os movimentos de remar e levantar. A piscina, com profundidade de até 4 metros em alguns trechos, tem fundo de concreto na maior parte, o que exige cuidado nas quedas.

Um Mercado em Expansão e Exclusivo

Os clubes não são abertos ao público e representam um novo capítulo no mercado de luxo e lazer em São Paulo. A JHSF, grupo por trás do São Paulo Surf Club, já projeta a próxima fase: o São Paulo Surf Club Residences. O empreendimento residencial, com previsão de lançamento para o primeiro semestre de 2026, terá apartamentos de 260 m² a 870 m², com estimativa de valor do metro quadrado em torno de R$ 45 mil. Isso significa que uma unidade pode custar cerca de R$ 36 milhões. Os compradores terão vista para a praia artificial, mas também precisarão adquirir um título de sócio.

Para ícones do surfe como Ítalo Ferreira, campeão olímpico, o projeto é um marco. "É um presente para São Paulo. Agora dá para surfar durante a semana com previsibilidade e sem depender do clima", declarou ele em evento fechado. Enquanto isso, a cena que parece futurista já é realidade: alguns privilegiados desafiam tubos perfeitos, gerados por algoritmos, a poucos metros do caótico trânsito paulistano.