Idosas resistem à modernização e se tornam últimas moradoras de condomínio antigo em Fortaleza
Idosas resistem à construção e viram últimas moradoras em Fortaleza

Em um bairro nobre de Fortaleza, um grupo de idosas se tornou símbolo de resistência contra a modernização acelerada da cidade. Elas são as últimas moradoras de um condomínio antigo, que está prestes a ser demolido para dar lugar a um novo empreendimento imobiliário.

O prédio, que já foi um dos mais luxuosos da região, hoje abriga apenas essas mulheres, que se recusam a deixar suas casas. "Aqui temos histórias, memórias. Não é só um apartamento, é nossa vida", diz uma das residentes, que prefere não se identificar.

Conflito entre passado e futuro

A área onde está localizado o condomínio é considerada estratégica para o mercado imobiliário, com alto valor de metro quadrado. Construtores ofereceram indenizações e alternativas de moradia, mas as idosas afirmam que não há preço que pague a perda de suas raízes.

"Já vivi aqui mais de 40 anos. Meus filhos cresceram nestes corredores, meus netos brincaram nestes jardins. Como posso simplesmente abandonar tudo isso?", questiona outra moradora.

O lado humano do desenvolvimento urbano

Especialistas em urbanismo destacam que casos como este revelam o desafio de conciliar desenvolvimento com preservação da memória afetiva das cidades. "Fortaleza está passando por um processo intenso de verticalização, mas precisamos pensar em soluções que respeitem os laços emocionais da população com seus espaços", comenta um urbanista local.

Enquanto isso, as idosas seguem firmes em sua decisão, transformando-se em símbolos não apenas de resistência, mas também da importância de se preservar a história viva das cidades.