Pupy, a Elefanta que Encontrou Refúgio no Brasil, Morre aos 35 Anos em Santuário de Mato Grosso
Elefanta Pupy morre aos 35 anos em santuário de MT

Era para ser um recomeço. Depois de anos vivendo em condições precárias na Argentina, Pupy finalmente conheceu a liberdade no Santuário de Elefantes Brasil, em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso. Mas a vida, sabe como é, às vezes prega peças dolorosas.

Aos 35 anos — uma idade considerada madura para elefantes asiáticos — Pupy partiu na última sexta-feira. A notícia pegou a todos de surpresa, mesmo aqueles que acompanhavam de perto sua adaptação ao novo lar.

Uma jornada intercontinental

Quem viu Pupy chegando ao Brasil em 2022 mal poderia imaginar o que essa guerreira havia enfrentado. Transportada de um zoológico em Mendoza, na Argentina, ela trazia nas costas — literalmente — as marcas de anos de maus-tratos. Suas patas traseiras, debilitadas pelo confinamento excessivo, contavam uma história silenciosa de sofrimento.

Mas no santuário mato-grossense, tudo mudou. Pela primeira vez na vida adulta, ela pôde caminhar sobre terra, sentir grama sob as patas e interagir com outros elefantes. Parece pouco? Para quem nunca teve nada disso, era tudo.

Os últimos dias

Nos últimos meses, a equipe do santuário notou que Pupy andava mais quieta. "Ela começou a recusar parte da alimentação e apresentou uma certa letargia", contou um dos tratadores, que preferiu não se identificar. "Mas nada que nos preparasse para o desfecho."

Na quinta-feira, dia 10, seu estado se agravou subitamente. A equipe veterinária trabalhou contra o relógio, mas na manhã seguinte, por volta das 9h, Pupy não resistiu. O laudo preliminar aponta problemas renais — comum em elefantes idosos — mas exames complementares ainda estão sendo realizados.

O que mais impressiona nessa história toda? A capacidade de resiliência. Mesmo com poucos anos de liberdade, Pupy mostrou que valeu a pena lutar por ela. Deixou um vazio no santuário, mas também um legado: o de que toda vida importa, e que segundas chances existem.

Restam agora outros quatro elefantes no santuário — todos com histórias igualmente marcantes. E Pupy? Bem, ela finalmente descansa em paz, depois de uma vida que, nas palavras de um dos cuidadores, "foi curta no tempo, mas imensa na superação".