Piauí tem 173 favelas: maioria sem bueiros e árvores, aponta IBGE
173 favelas no Piauí: maioria sem bueiros e árvores

Um retrato detalhado das condições de vida nas comunidades do Piauí foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados do Censo Demográfico de 2022 mostram que o estado possui 173 favelas e comunidades urbanas, com a esmagadora maioria concentrada na capital.

Concentração em Teresina e panorama nacional

Do total de aglomerados subnormais no estado, 170 estão localizados em Teresina, o que equivale a 98,26% do registro estadual. Com esse número, a capital piauiense ocupa a 11ª posição no ranking nacional de municípios com maior quantidade de favelas e comunidades.

Em todo o Brasil, 656 cidades possuem registros desse tipo. O município de São Paulo lidera a lista com 1.359 comunidades, seguido pelo Rio de Janeiro (813) e por Fortaleza (503). No Piauí, além de Teresina, apenas outras duas cidades aparecem no levantamento: Parnaíba, no litoral, com duas favelas, e Picos, na região Sul, com uma.

Problemas de infraestrutura são a regra

O IBGE divulgou os dados específicos sobre infraestrutura nestas localidades na sexta-feira, 5 de abril. O levantamento aponta uma realidade marcada pela carência de serviços e obras públicas básicas.

Entre os problemas mais frequentes estão a ausência de bueiros, calçadas com obstáculos que impedem a circulação e a pavimentação irregular das vias. A falta de arborização também é uma característica marcante nesses locais.

O instituto afirma que essas informações são fundamentais para o planejamento urbano, a criação e o monitoramento de políticas públicas e o fomento ao desenvolvimento sustentável. Os dados servem como base para decisões em todos os níveis de governo.

O que define uma favela ou comunidade urbana?

Segundo o IBGE, essas áreas surgem como uma alternativa da população para garantir moradia e espaço para comércio, serviços e lazer. Esse fenômeno ocorre diante da falta de políticas públicas adequadas e de investimentos privados em habitação.

Para serem classificadas como tal, essas localidades precisam apresentar insegurança na posse dos imóveis e, pelo menos, uma das seguintes características:

  • Falta ou precariedade extrema de serviços públicos essenciais.
  • Construções e infraestrutura realizadas pelos próprios moradores, fora dos padrões oficiais e da regulamentação.
  • Localização em áreas de risco (como encostas ou margens de rios) ou em regiões com restrição legal para ocupação.

O caso da Vila da Paz, na Zona Sul de Teresina, ilustra essa realidade. A divulgação desses números coloca um holofote sobre a necessidade urgente de ações que melhorem a qualidade de vida dos moradores dessas comunidades em todo o Piauí.