Painel no Construinova Litoral debate cidades inteligentes e ESG para futuro sustentável
Especialistas debatem cidades inteligentes e ESG em evento

Como construir um amanhã mais sustentável aprendendo com o passado e agindo no presente? Este foi o tema central do painel "Cidades Inteligentes e Conscientes: Inovação Urbana para o Futuro Sustentável", realizado durante o Construinova Litoral. O debate, mediado pela curadora do evento, Andréa Neris, reuniu especialistas para refletir sobre boas práticas e os caminhos para o desenvolvimento urbano responsável.

Pensando a cidade na escala humana

A arquiteta e especialista no tema, Fernanda Meneghello, abriu as reflexões com a apresentação "Cidades à Escala Humana". Ela defendeu a necessidade de uma análise profunda da ocupação do espaço urbano. "Temos que olhar a forma como se ocupa o espaço", explicou Fernanda, destacando a importância de avaliar se a região tem vocação portuária ou industrial, se enfrenta estrangulamento habitacional ou se a preservação ambiental é seu grande viés.

Para ela, a estruturação das cidades deve considerar tanto os problemas quanto as potencialidades locais. A especialista argumenta que soluções baseadas na natureza devem ser aplicadas após um entendimento claro dos eixos e bases do território.

A responsabilidade ambiental e social de longa data

Andree Dee Ridder, presidente do Instituto Supereco, trouxe para a discussão sua experiência de três décadas em sustentabilidade. Ela criticou a visão de curto prazo no planejamento urbano. "Temos o costume de desenvolver o hoje e não o amanhã", alertou, enfatizando a urgência de focar na regeneração dos biomas e em evitar ocupações desordenadas.

Andree também destacou a importância de um mapeamento social detalhado para orientar soluções escaláveis. Sua reflexão final sintetizou um conceito chave: "A grande prosperidade é circular soluções de consumo e entender os territórios".

Inovação e impacto social na indústria

A perspectiva do setor privado foi representada por Klaus Westphalen, head de marketing do Grupo Udiaço, um dos maiores distribuidores de ferro e aço para a construção civil. Ele apresentou como a empresa aplica inovação, indo além do papel comercial para desempenhar uma função social relevante, com mais de 800 colaboradores.

Westphalen ressaltou que a industrialização traz ganhos em tempo e agilidade, mas não se pode esquecer das pessoas. "É importante ter processos nos negócios, mas tem que pensar nas pessoas", afirmou. Para ele, a governança eficaz passa pelo pensamento em equipe: "Ninguém faz nada sozinho... a questão é quando a gente pensa junto e conecta pra fazer acontecer".

ESG: mais que uma moda, uma prática consolidada

Andrea Neris, que mediou o painel com sua vasta experiência em décadas de projetos como Santos Summit e Expo Quantic, trouxe uma visão estratégica sobre o conceito ESG (Ambiental, Social e Governança). Ela lembrou que a sigla não é novidade. "O ESG não surgiu e nem começou a acontecer quando a marca surgiu, é algo que vem se discutindo há pelo menos 10 anos no Brasil", contextualizou.

Para Andrea, o ESG nada mais é do que a consolidação de práticas conscientes que precisam ser constantemente reforçadas. Ela finalizou o debate com uma mensagem de empoderamento: "Cada um pode ser um agente transformador e replicar boas práticas. O conceito é justamente ampliar para o maior número de pessoas possíveis".

O painel no Construinova Litoral deixou claro que a construção de um futuro sustentável depende da integração de visões: do planejamento urbano sensível, da responsabilidade ambiental de longo prazo, da inovação industrial com propósito e da governança colaborativa. O caminho apontado pelos especialistas é coletivo, consciente e urgente.