Motos Aquáticas em Conflito: Denúncia Expõe Uso Irregular na Lagoa de Cima em Campos
Motos aquáticas irregulares na Lagoa de Cima

Uma cena de tranquilidade quebrada pelo ronco de motores. Foi assim que uma moradora da região da Lagoa de Cima, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, testemunhou a operação irregular de motos aquáticas no espelho d'água que deveria ser preservado. A denúncia, registrada no último final de semana, acendeu o alerta para atividades não autorizadas no local.

Flagrante Preocupante no Coração Ambiental

A moradora, que preferiu não se identificar, relatou à reportagem ter presenciado pelo menos três jetskis operando de forma intensa na lagoa. Segundo seu testemunho, os veículos navegavam em alta velocidade, perturbando não apenas a paz local, mas representando riscos concretos ao ecossistema.

"O barulho era ensurdecedor e constante", descreveu a testemunha. "Eles faziam manobras arriscadas, cruzando por áreas onde costumam aparecer aves aquáticas e outros animais silvestres".

O Que Diz a Legislação Ambiental

A Lagoa de Cima é reconhecida por sua importância ecológica, integrando um complexo de áreas úmidas protegidas por legislação específica. A operação de motos aquáticas neste tipo de ambiente está sujeita a restrições rigorosas:

  • Exige autorização prévia dos órgãos ambientais competentes
  • Possui regras específicas sobre horários de operação
  • Estabelece limites de velocidade e áreas de navegação
  • Proíbe manobras radicais que possam perturbar a fauna

Impactos Além do Barulho

Especialistas ambientais alertam que as consequências vão muito além da poluição sonora. A operação irregular de jetskis pode causar:

  1. Assustar e dispersar espécies de aves migratórias
  2. Contaminar a água com combustíveis e óleos
  3. Erodir margens devido ao efeito de ondas
  4. Perturbar a desova de peixes e anfíbios

O Caminho da Denúncia

Diante do flagrante, a moradora não ficou parada. Ela registrou a ocorrência junto às autoridades competentes, incluindo o IBAMA e a secretaria municipal de Meio Ambiente. "É importante que a população se mobilize para proteger nosso patrimônio natural", defendeu.

As imagens e vídeos capturados pela denunciante foram anexados ao processo administrativo que agora tramita nos órgãos fiscalizadores. A expectativa é que as investigações identifiquem os responsáveis pela operação irregular.

Um Alerta que Ecoa na Comunidade

O caso reacende o debate sobre o equilíbrio entre atividades recreativas e preservação ambiental em Campos dos Goytacazes. Moradores da região manifestaram apoio à denúncia e cobram maior presença do poder público na fiscalização da Lagoa de Cima.

"Nosso maior patrimônio natural precisa de proteção constante", resume um pescador tradicional que atua na região há mais de 40 anos. "A natureza nos dá tanto, o mínimo que podemos fazer é respeitá-la".

Enquanto aguardam posicionamento oficial das autoridades, os defensores do meio ambiente na região seguem vigilantes, na esperança de que o caso sirva de exemplo para coibir futuras irregularidades.