
Um cenário de tensão e fumaça tomou conta de Bauru nesta terça-feira (2). Por volta das 15h30, moradores do Jardim Redentor presenciaram algo assustador: uma densa cortina de fumaça escura subindo em direção ao céu, seguida pelo cheiro característico de queimada que se espalhava rapidamente pelo bairro.
O que começou como um pequeno foco — ninguém sabe exatamente como — rapidamente se transformou num inferno em miniatura. As chamas, alimentadas pela vegetação seca típica deste período do ano, avançavam com uma voracidade impressionante, consumindo tudo em seu caminho.
E o pior? Tudo isso acontecia a poucos metros da UPA Mary Dota, uma das unidades de saúde mais importantes da região. Imagina só a cena: pacientes, médicos e enfermeiros assistindo apreensivos às labaredas que se aproximavam perigosamente.
Corrida contra o tempo
Os bombeiros chegaram rápido, diga-se de passagem. Dois caminhões do Corpo de Bombeiros foram deslocados para o local, além de uma viatura da Guarda Civil Municipal. Eles enfrentaram um desafio e tanto: o vento, que teimava em mudar de direção, espalhando as chamas de forma imprevisível.
"A gente chega e já vê que a situação é complicada", comentou um dos soldados, com a voz cansada mas firme. "O vento não ajuda, a vegetação está seca... é uma combinação perigosa."
O trabalho foi braço. Usando abafadores e muita água, os homens em uniforme lutaram contra o fogo que ameaçava se alastrar ainda mais. A fumaça era tão densa que dificultava a respiração e a visibilidade — um verdadeiro pesadelo para quem estava na linha de frente.
Medo e solidariedade
Os moradores próximos, aqueles que vivem nas redondezas, ficaram em estado de alerta. Muitos saíram de suas casas preocupados com a possibilidade do fogo se aproximar de suas propriedades. Outros, mais otimistas (ou talvez mais experientes), traziam baldes de água tentando ajudar no que podiam.
"Aqui sempre teve muito mato, mas nunca vi algo assim tão perto", relatou Dona Maria, moradora da região há mais de vinte anos. "É medo, sabe? Medo de perder tudo."
Por volta das 16h30, após quase uma hora de trabalho intenso, as chamas finalmente começaram a recuar. O fogo estava controlado, mas não extinto completamente — essas batalhas sempre deixam resquícios, pequenos focos que podem reacender a qualquer momento.
E agora?
A pergunta que fica é: o que causou esse incêndio? As autoridades ainda investigam as origens do fogo, mas a suspeita inicial recai sobre ação humana. Pode ter sido uma bituca de cigarro mal apagada, uma queimada caseira que fugiu do controle, ou algo mais intencional — nesse ponto, tudo são especulações.
O que sabemos é que setembro é tradicionalmente um mês crítico para queimadas em São Paulo. A combinação de tempo seco, vegetação ressecada e ventos fortes cria o cenário perfeito para desastres como esse.
Enquanto isso, a UPA Mary Dota segue funcionando normalmente — felizmente o fogo não chegou a afetar suas operações. Mas o susto ficou, e serve como alerta para que todos fiquem mais atentos aos riscos que uma simples fagulha pode representar.
Natureza não brinca em serviço, e hoje Bauru lembrou disso da maneira mais dramática possível.