
Parece cenário de filme apocalíptico, mas é a pura realidade que assombra Tatuí neste momento. As chamas—altas, vorazes, implacáveis—devoram tudo pela frente, transformando verde em cinza em questão de minutos. A SP-127, aquela rodovia sempre movimentada que corta o interior paulista, virou palco de uma luta desigual entre homem e fogo.
Não foi pouco—que me perdoem os céticos, mas isso aqui é coisa grande mesmo. A fumaça, densa e escura, subia tão alto que dava pra ver de longe, um sinal sinistro contra o céu azul. Quem passava pela rodovia precisava reduzir a velocidade, não tanto pelo fogo, mas pela visibilidade que simplesmente desaparecia.
Os bombeiros? Ah, esses heróis de uniforme sujo de fuligem chegaram rápido, mas o fogo é traiçoeiro. Vento muda, o fogo muda de direção, e de repente você tá combatendo em três frentes diferentes. Usaram até aqueles caminhões-pipa, jatos d'água tentando domar o que parece um dragão de calor. Difícil, muito difícil.
O que se sabe até agora?
Pouco sobre a causa, tudo sobre o efeito. Ainda não dá pra cravar o que começou isso—se foi uma bituca de cigarro mal-apagada, uma queimada rural que fugiu do controle, ou só o calor absurdo que temos feito. Mas uma coisa é certa: a vegetação nativa, que já sofre tanto com desmatamento e seca, agora enfrenta mais essa.
Moradores da região—uns assustados, outros curiosos—ficaram ali perto, observando. Uns filmando com o celular, outros só olhando em choque. É aquele misto de preocupação e incredulidade. "Nunca vi nada assim por aqui", comentou um senhor que não quis se identificar. E não é pra menos.
E agora, como fica?
O trabalho de contenção segue—lento, cansativo, perigoso. Os bombeiros pedem que evitem a área. Não é hora de turismo de desastre, gente. Deixem os profissionais trabalharem. E se você é da região: fique atento a orientações, feche janelas se a fumaça chegar perto, e—claro—não faça nada que possa piorar a situação.
Que o fogo ceda logo. E que a natureza, resistente como sempre é, possa se recuperar—mais uma vez.