
Imagine um lugar onde a floresta permanece de pé enquanto gera renda para comunidades locais. Parece utopia? Pois esse lugar existe — e fica bem aqui no coração de Rondônia.
A Floresta Nacional do Jamari, carinhosamente conhecida como Flona do Jamari, não é apenas mais uma unidade de conservação. É, na verdade, uma demonstração prática — e bem-sucedida — de como é possível conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. E olha que eu já vi muitos projetos por aí, mas esse é diferente.
Um Laboratório a Céu Aberto
Com seus 220 mil hectares — sim, você leu certo: duzentos e vinte mil hectares — a Flona se transformou num verdadeiro laboratório vivo de manejo florestal. Desde 2008, quando teve início o primeiro edital de concessão florestal federal do Brasil, a área vem mostrando que é possível extrair madeira de maneira legal, planejada e, pasmem, sustentável.
O que mais me impressiona? A quantidade de empregos gerados. Só as três empresas que atuam na concessão florestal empregam mais de 500 pessoas diretamente. E não são qualquer emprego — são postos qualificados, com treinamento específico e valorização do conhecimento local.
Os Números que Impressionam
Vamos aos fatos, porque números não mentem:
- Quase R$ 30 milhões em investimentos privados
- Mais de R$ 13 milhões em arrecadação de tributos
- Quase R$ 4 milhões em repasses para municípios da região
- E o mais importante: zero desmatamento ilegal
Como dizem por aí: contra fatos não há argumentos.
Palco Mundial na COP-30
E agora vem a cereja do bolo: esse modelo fantástico será apresentado na COP-30, a Conferência do Clima da ONU que acontecerá em Belém no próximo ano. Representantes do Serviço Florestal Brasileiro já estão preparando a documentação e material para mostrar ao mundo que o Brasil sabe, sim, fazer gestão florestal de qualidade.
Parece que finalmente estamos aprendendo que floresta em pé vale muito mais do que derrubada. E a Flona do Jamari é a prova viva disso.
Quem diria que Rondônia, tão conhecida pelos problemas de desmatamento nas décadas passadas, seria hoje exemplo de sustentabilidade? A vida prega dessas peças — das boas, no caso.
Enquanto muitos ainda discutem teorias, a Flona do Jamari mostra na prática que desenvolvimento e conservação podem — e devem — andar juntos. Resta torcer para que mais iniciativas como essa floresçam pela Amazônia.