COP 30 no Brasil: Desafios climáticos após conferência em Belém
COP 30 no Brasil: desafios climáticos após Belém

A Conferência do Clima COP 30, realizada em Belém do Pará, colocou o Brasil em destaque no cenário internacional e demonstrou um crescimento significativo na preocupação global com os desafios ambientais, particularmente as mudanças climáticas.

O evento, que aconteceu em novembro de 2025, representou um marco importante na conscientização mundial sobre a necessidade de superar tanto o romantismo dos naturalistas quanto os interesses econômicos imediatistas. Especialistas avaliam que esta é, de fato, a questão crucial que a humanidade enfrentará nas próximas décadas.

Avances e resistências na COP 30

Embora setores acomodados e desinteressados ainda persistam - incluindo o governo dos Estados Unidos, os países árabes produtores de petróleo e alguns membros do Brics - a indiferença vem gradualmente perdendo espaço no debate global.

Belém do Pará, apesar de todas as deficiências identificadas durante o evento, ajudou a comprovar que existe uma preocupação crescente com o clima planetário. Este reconhecimento já representa um ponto favorável nas discussões ambientais internacionais.

Os trabalhos desenvolvidos durante a conferência, no entanto, não conseguiram superar completamente a má vontade de importantes lideranças mundiais. Estas permanecem desconfiadas de que temas como proteção climática, renovação de fontes de energia e preservação de reservas florestais, embora desejáveis, conflitam com o desenvolvimento das economias produtivas.

O fantasma do fracasso financeiro

Os temores de que os acordos da COP 30 possam cair no vazio são justificáveis quando se examina o histórico de conferências anteriores. Um exemplo marcante vem de Paris, dez anos antes, quando projetos ambientais foram aclamados com a promessa de US$ 100 milhões em aplicações imediatas que nunca saíram do papel.

O dinheiro continua sendo a grande questão não resolvida. Na COP 30, a meta ambiciosa de US$ 1,3 trilhão para socorrer o mundo da crise climática resultou em apenas US$ 3,4 bilhões comprometidos - valores considerados suspeitos por dependerem de setores privilegiados como a indústria petrolífera árabe e o complexo de armamentos.

O desafio pós-conferência

Com as delegações já despedidas e retornando a seus países de origem, surge a questão crucial: qual será o próximo passo para transformar as preocupações amplamente debatidas em ações concretas?

É fundamental que Belém não siga o triste destino de conferências anteriores, condenadas a serem meros simpósios de boas intenções sem consequências eficazes. As poucas resoluções aprovadas, mesmo que modestas perante as necessidades reais, não podem cair no esquecimento nem ceder ao poder de setores resistentes.

Os especialistas alertam que é preciso reagir antes que prosperem os interesses contrários às medidas ambientais. Isto impõe, num capítulo seguinte ao encontro coordenado pelo Brasil, a implementação de ações de continuidade que garantam que as discussões avancem do campo das ideias para a objetividade prática.

A crescente convicção entre observadores é que a causa climática deve ser acolhida como prioridade real pela Organização das Nações Unidas, instituição que concentra as maiores aspirações de todos os povos frente aos desafios ambientais globais.