
Quem diria que aquele céu carregado traria tanto alívio? Depois de dias vendo o fogo avançar implacável, as primeiras gotas que caíram sobre o Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari pareciam uma bênção. E não foram poucas — choveu bem, choveu de verdade.
Os bombeiros, que já estavam há quatro dias nessa batalha contra as chamas em Rio Brilhante, finalmente puderam respirar. Mesmo que só um pouquinho. A umidade relativa do ar deu uma bela subida, passando dos 30% para quase 60%. Diferença que se sente na pele — e no combate ao fogo.
Não é vitória ainda, mas é um respiro
O tenente Jean Oliveira, do Corpo de Bombeiros, não esconde o alívio, mas mantém os pés no chão. "A chuva ajudou, sim, e muito", admite. "Mas a gente sabe como é — o perigo ainda não passou."
E ele tem razão em ser cauteloso. A vegetação seca, típica dessa época do ano, ainda pode pegar fogo facilmente. Uma brasa esquecida, um vento mais forte, e tudo pode recomeçar. Por isso mesmo, os bombeiros seguem de olho, monitorando cada cantinho do parque.
O que salvou (e o que preocupa)
- Chuva no momento certo: Caiu justo quando o fogo ameaçava áreas mais críticas
- Umidade lá em cima: Subiu de 30% para quase 60%, dificultando novas chamas
- Temperatura mais amena: O calor diminuiu, dando trégua aos combatentes
- Mas... A vegetação continua seca e vulnerável
- E... Qualquer descuido pode reacender o inferno
Parece que a natureza finalmente resolveu cooperar. Mas será que veio tarde demais? Parte da mata já foi consumida — ainda não sabem dizer exatamente quanto, mas a ferida está lá, visível.
E agora, o que esperar?
Os próximos dias serão decisivos. Os bombeiros não vão baixar a guarda — continuam patrulhando, avaliando, preparados para qualquer revés. A população, claro, torce para que as chuvas continuem. Porque no fundo todo mundo sabe: quando se trata de preservar nossas riquezas naturais, cada gota conta.
Enquanto isso, no Parque Estadual, a vida tenta se reerguer. Lentamente, é verdade — mas com a persistência típica de quem conhece os ciclos da natureza. Resta esperar e ver se o tempo continua aliado nessa batalha silenciosa entre o fogo e a vida.