Uma força-tarefa binacional foi acionada nesta terça-feira (2) para conter um incêndio florestal que avança pela região do Pantanal, na fronteira entre Brasil e Bolívia. O fogo, que teve origem no lado boliviano, já cruzou a fronteira e ameaça o bioma brasileiro.
Mobilização Binacional em Área de Dificil Acesso
Na manhã desta terça, uma equipe formada por cinco brigadistas brasileiros do Prevfogo/Ibama, de Corumbá (MS), e quatro brigadistas bolivianos seguiu para a região da Baía do Tamengo. O deslocamento é feito por barco e dura aproximadamente uma hora, conforme informou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O chefe da brigada do Prevfogo em Corumbá, Luiz Otávio Vitório, explicou os desafios da operação. "A área é de difícil acesso, tem alagamentos [típicos do Pantanal]. Ao chegar no local vamos analisar a estratégia do combate", afirmou. Até o momento, ainda não há informações precisas sobre a extensão total da área consumida pelas chamas.
Origem do Fogo e Características da Região
Segundo as informações do Ibama, o incêndio começou há dois dias no Parque Nacional de Otuquis, na Bolívia, e posteriormente se alastrou para o território brasileiro. A região afetada é um ponto estratégico e sensível da fronteira.
O canal do Tamengo, onde o combate está ocorrendo, conecta a baía de Cáceres, em território boliviano, com a margem direita do rio Paraguai, no município de Corumbá. Conforme dados do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, sua foz localiza-se ao norte da sede municipal e sua margem esquerda estabelece a fronteira entre os dois países por um trecho de 6 quilômetros.
Desafios e Próximos Passos
A operação de combate às chamas enfrenta as adversidades típicas do Pantanal, como terrenos alagados e acesso complicado. A estratégia final de combate será definida in loco pela equipe conjunta, que avalia as melhores táticas para isolar e extinguir o fogo, evitando que ele se propague ainda mais pelo frágil ecossistema pantaneiro.
A situação reforça a necessidade de cooperação constante entre os dois países para a proteção do bioma compartilhado, especialmente durante o período de seca, quando os riscos de incêndios de grandes proporções aumentam significativamente.