46% dos imóveis na Baixada Santista têm ligação irregular
46% imóveis com ligação irregular de água e esgoto

Um levantamento realizado pela Sabesp na Baixada Santista revelou um problema ambiental grave na região: praticamente metade dos imóveis vistoriados apresenta ligações irregulares entre os sistemas de água pluvial e esgoto. Os números mostram a dimensão do desafio que as autoridades enfrentam para preservar o meio ambiente e garantir a saúde pública.

Metodologia e alcance da fiscalização

Entre janeiro e setembro de 2025, a companhia de saneamento realizou cerca de 10.500 testes com corante e fumaça para detectar irregularidades nas instalações prediais. O trabalho abrangeu aproximadamente 150 quilômetros de tubulações em todos os nove municípios da Baixada Santista, demonstrando a abrangência do problema em toda a região litorânea paulista.

Os técnicos identificaram que 46% dos imóveis fiscalizados apresentavam conexões inadequadas entre as saídas de água de chuva e de esgoto. Felizmente, o trabalho resultou na regularização de mais de 4.800 ligações, mostrando que a conscientização e a ação corretiva podem reverter parte do problema.

Impactos ambientais e riscos à população

A prática de destinar incorretamente a água de chuva para a tubulação de esgoto é expressamente proibida pela Deliberação 106 da Arsesp e traz consequências sérias para todo o sistema. Durante períodos de chuva intensa, essa irregularidade provoca sobrecarga significativa na rede coletora, aumentando o risco de vazamentos de esgoto dentro das residências e nas vias públicas.

Outro problema identificado nas vistorias foi o lançamento de esgoto diretamente nas redes de drenagem, que conduzem o material contaminado straight para as praias. Essa prática criminosa afeta diretamente a balneabilidade dos balneários, colocando em risco a saúde de banhistas e comprometendo o ecossistema marinho.

Consequências do sistema sobrecarregado

Quando a rede coletora de esgoto recebe volumes indevidos de água pluvial, ocorrem dois problemas principais:

  • Aumento do risco de retorno de esgoto para o interior dos imóveis
  • Transbordamentos nas ruas, criando situações de risco para a população

As conexões irregulares devem ser eliminadas porque a água das chuvas precisa escoar exclusivamente por calhas, ralos, sarjetas e galerias pluviais, nunca pelo sistema destinado ao esgoto doméstico.

Papel dos municípios na fiscalização

A Sabesp destacou que, ao identificar imóveis em situação irregular, notifica a administração municipal para que sejam tomadas as providências cabíveis. Cabe ao poder municipal a fiscalização e aplicação de sanções, incluindo multas aos infratores.

A companhia informou que vem ampliando as ações de inspeção em todas as nove cidades da Baixada Santista. O objetivo é identificar cada vez mais irregularidades e comunicá-las às administrações locais, que são as responsáveis diretas pela fiscalização e implementação das medidas corretivas necessárias.

O problema das ligações irregulares representa um desafio significativo para o saneamento básico na região, exigindo esforços coordenados entre a população, a empresa de saneamento e as prefeituras para garantir a preservação ambiental e a qualidade de vida dos moradores e visitantes da Baixada Santista.