
Imagine tentar aprender — ou ensinar — com uma nuvem constante de poeira fina entrando pela janela. Ou então, ter que cruzar um lamaçal para chegar à sala de aula. Pois é exatamente essa a realidade absurda que alunos, professores e funcionários da Escola Classe 42, no Gama Leste, enfrentam diariamente. E o culpado? Uma rua sem asfalto que virou um símbolo de abandono.
A situação, que já se arrasta há anos, é um daqueles casos que faz a gente questionar: onde está o básico? No período de seca, a poeira toma conta de tudo. Livros, carteiras, quadros, pulmões. Sim, os relatos de problemas respiratórios são frequentes, especialmente entre as crianças. Não é exagero — é a pura verdade.
E quando chega a chuva? Aí o cenário vira outro filme de terror. A rua vira um atoleiro, complicando a vida de quem vai a pé e, pasmem, até do transporte escolar. Já pensou o ônibus ficar atolado na lama com as crianças lá dentro? Acontece.
O Grito de Socorro da Comunidade
A diretora da escola, assim como pais e mães de alunos, já perderam as contas de quantas vezes pediram ajuda. Eles bateram em todas as portas possíveis, mas a resposta — quando existe — é sempre a mesma: promessas vazias. Enquanto isso, a poeira continua a subir e a lama a se formar.
O mais revoltante é que isso não é um problema novo. É crônico. Todo mundo sabe, todo mundo vê, mas nada é feito. A impressão que dá é que, por ser longe do Plano Piloto, a prioridade some. Desculpa esfarrapada, não?
Além do Óbvio: O Prejuízo que Ninguém Vê
É claro que a saúde é a preocupação mais urgente. Crianças tossindo, com crises alérgicas, é de cortar o coração. Mas os estragos vão além. A merenda fica contaminada pela poeira, a limpeza da escola se torna uma batalha perdida e o aprendizado — a razão de existir daquele lugar — fica profundamente prejudicado.
Como um aluno pode se concentrar nesse caos? Como um professor pode dar uma aula de qualidade? Impossível. É um cenário que desrespeita a dignidade de todos envolvidos.
A verdade é que essa rua sem asfalto no Gama é mais do que um problema de infraestrutura. É uma ferida exposta que mostra o abismo que ainda separa o discurso da realidade. Enquanto a administração pública não encarar isso com a seriedade necessária, a comunidade escolar continuará pagando o preço. E o maior preço de todos? O direito à educação de qualidade, que está sendo literalmente soterrado pela poeira e pela lama.