Não é exagero, não. É medo puro e simples. Quem trafega diariamente pela Ponte do Rio Melchior, na DF-205, sente na pele – e no volante – a trepidação inquietante da estrutura. São mais de 15 mil veículos por dia cruzando uma passagem que, francamente, parece contar os dias.
O que era para ser um corredor vital de ligação entre as regiões se transformou em um palco de ansiedade coletiva. A ponte simplesmente não para de tremer. Dá a sensação clara de que algo muito errado está acontecendo lá embaixo, nas entranhas de concreto e aço.
Os Sinais que Ninguém Pode Ignorar
Os olhos atentos dos moradores, aqueles que usam a ponte não por estatística, mas por necessidade, capturaram o que as autoridades parecem ignorar. A lista de problemas é longa e assustadora:
- Rachaduras expostas que mais parecem cicatrizes abertas na estrutura
- Remendos sobre remendos – uma tentativa paliativa que não resolve o problema de fundo
- Uma viga de sustentação que apresenta uma fissura visível e preocupante
- O barulho constante de metal rangendo, um gemido metálico a cada carro que passa
"A gente passa com o coração na mão", confessa um motorista de aplicativo que prefere não se identificar. "É aquela sensação de 'e se for hoje?'".
Uma Promessa e Muita Appreensão
Diante da pressão popular e do fantasma de tragédias recentes envolvendo infraestrutura, o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) finalmente se manifestou. Prometeram, em nota, uma vistoria técnica "para avaliar as condições estruturais do local".
Mas eis que surge a pergunta que não quer calar: uma simples vistoria é suficiente? Ou seria preciso algo mais drástico, como um laudo detalhado e intervenções urgentes? A população, claro, clama pela segunda opção.
Enquanto os técnicos não chegam, a vida – e o tráfego – seguem seu curso. Caminhões pesados, ônibus lotados, famílias inteiras dentro de seus carros. Todos cruzando os dedos para que a promessa de manutenção chegue antes de qualquer ruína.
O fato é que a Ponte do Rio Melchior se tornou mais do que um pedaço de concreto; é um símbolo de um descaso que se repete. O que será preciso para que a segurança vá de fato para o primeiro lugar?
