Campo Grande inicia operação noturna para retirar cabos clandestinos
Operação retira cabos clandestinos em Campo Grande

A cidade de Campo Grande deu início a uma operação inédita para retirar cabos clandestinos que representam riscos à população. A ação integrada acontece no quadrilátero central da capital e marca o começo do Projeto Limpa Fios, iniciativa que promete transformar a paisagem urbana.

Operação noturna para minimizar impactos

A força-tarefa foi estrategicamente programada para ocorrer entre 22h e 5h, horário escolhido para reduzir ao máximo os transtornos ao trânsito e ao fluxo de pedestres. O primeiro trecho atendido compreende uma das áreas mais movimentadas da cidade, delimitada pelas ruas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras.

Além dessas vias principais, a ação também inclui as ruas internas Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco. A escolha desta região não foi aleatória - trata-se de um local com alta concentração de cabos irregulares que acumulam anos de instalações não autorizadas.

União de esforços contra problema crônico

O Grupo de Trabalho responsável pela operação reúne múltiplas instituições: AGEMS, Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Semades, Agetran, Sejusp e Energisa. As equipes técnicas se reuniram na sede da agência estadual para finalizar os preparativos, mapear os cabos e definir o planejamento logístico.

Carlos Alberto de Assis, diretor-presidente da AGEMS, enfatizou o caráter estratégico da iniciativa. "Estamos unindo esforços para entregar uma cidade mais segura e organizada. É uma medida para proteger o cidadão, evitar acidentes e cumprir nossa missão de fiscalização", declarou o representante.

Problema nacional com solução local

O acúmulo de cabos abandonados e clandestinos é uma questão que afeta diversas cidades brasileiras. Paulo Patrício, engenheiro coordenador da Câmara Técnica de Energia da AGEMS, explica que já existem normativas específicas da Aneel que permitem a retirada desses materiais irregulares.

De acordo com o Grupo Energisa, 144 empresas cadastradas foram notificadas previamente sobre a operação. Apesar das comunicações, anos de instalações sem controle adequado resultaram em excesso de peso nos postes, risco de acidentes - especialmente durante temporais - e significativa poluição visual.

João Ricardo Nascimento, coordenador de construção e manutenção da Energisa, reforçou que muitos cabos foram instalados sem identificação ou controle técnico, situação que agrava os perigos para a população.

Darci Caldo, secretário da Sear, destacou a importância da atuação integrada: "Estamos respondendo de forma técnica e integrada a um desafio que há muito tempo afeta a vida das pessoas". Já Ademar Silva, secretário da Semades, vislumbra um futuro mais amplo para a iniciativa: "Este é o primeiro passo de um processo maior. Vamos revitalizar o Centro para que a população volte a ocupá-lo com orgulho. Gradualmente, expandiremos esse cuidado para outras regiões".

A operação em Campo Grande representa um marco na modernização da infraestrutura urbana e serve como exemplo para outras cidades que enfrentam problemas similares com cabos clandestinos.