Uma obra de canalização de esgoto que prometia melhorias para o bairro São João, em Teresina, se transformou em uma fonte constante de preocupação para os moradores. Há cinco meses, a intervenção da Agespisa avança pelas ruas da comunidade, mas traz consigo uma série de problemas que afetam diretamente a qualidade de vida dos residentes.
Rachaduras Assustadoras e Poeira Incontrolável
O que mais preocupa os moradores são as rachaduras que começaram a aparecer nas paredes das residências, possivelmente em decorrência das vibrações causadas pelas máquinas pesadas utilizadas na obra. "Minha casa está rachando, chega de poeira. A gente não aguenta mais", desabafa a dona de casa Maria Silva, que vive há 15 anos no local.
A poeira gerada pela obra se tornou um problema crônico. Moradores relatam que precisam manter portas e janelas fechadas o tempo todo, mesmo com o calor característico de Teresina. A situação se agrava com a falta de umedecimento regular do solo, medida básica para controle de poeira em obras deste tipo.
Falta de Segurança e Acesso Comprometido
Outro ponto crítico destacado pelos residentes é a falta de sinalização adequada e proteção no canteiro de obras. "Não tem placa de aviso, não tem nada. A gente passa e não vê nenhuma segurança", afirma o aposentado João Santos, de 68 anos.
A situação se torna ainda mais perigosa durante a noite, quando a iluminação é insuficiente. O acesso de veículos e pedestres está comprometido, criando riscos constantes de acidentes.
Reclamações e Busca por Soluções
Os moradores já tentaram diversas vezes entrar em contato com a Agespisa para relatar os problemas, mas afirmam que as respostas têm sido insatisfatórias. A promessa de conclusão da obra em breve não acalma os ânimos, já que os danos às propriedades podem ser permanentes.
"É uma situação muito complicada. Sabemos que a obra é necessária, mas não pode ser feita sem o mínimo de cuidado com quem mora aqui", reflete outra moradora que preferiu não se identificar.
O Que Diz a Lei?
De acordo com especialistas em direito urbanístico, empresas responsáveis por obras públicas têm a obrigação de:
- Minimizar os impactos negativos para a comunidade
- Garantir a segurança de moradores e transeuntes
- Indenizar por danos comprovadamente causados pela obra
- Manter comunicação transparente com a população afetada
Enquanto aguardam uma solução definitiva, os moradores do São João seguem enfrentando o dia a dia com a obra, na esperança de que, quando finalmente concluída, os benefícios do esgotamento sanitário compensem todo o transtorno enfrentado.