
Eis que o Brasil, mais uma vez, surge no radar dos grandes players globais — mas dessa vez, não é sobre minério ou commodities agrícolas. Andrew Forrest, o bilionário australiano por trás da Fortescue Metals, resolveu apostar suas fichas verdes em terras brasileiras. E não é pouco não: estamos falando de um projeto que pode mudar drasticamente o jogo energético no país.
Não é de hoje que Forrest — ou “Twiggy”, como é conhecido — deixou claro que sua paixão vai muito além do ferro. Ele praticamente abandonou a liderança executiva da gigante mineradora para se dedicar de corpo e alma à Fortescue Future Industries (FFI). E olha, o Brasil entrou na mira dele com força total.
Não é só discurso. É dinheiro — e muito.
Durante um evento recente em São Paulo, ele não economizou nas palavras — ou nos números. “O Brasil tem tudo”, disparou, com a convicção de quem enxerga oportunidade onde outros ainda veem apenas mato e potencial não explorado. Solar, eólico, hidrogênio verde… a coisa é séria.
Mas calma, não é só blá-blá-blá ambiental. A visão dele é clara: produzir hidrogênio verde em escala industrial e a um custo viável. Algo que até pouco tempo atrás soava como ficção científica — hoje, é plano de negócio.
Por que o Brasil?
Ah, essa pergunta todo mundo faz. A resposta é quase óbvia, mas Forrest detalhou com um entusiasmo contagiante:
- Potencial solar absurdo — e não só no Nordeste, viu?
- Ventos de qualidade mundial, principalmente no litoral
- Água em abundância — afinal, hidrogênio verde precisa de H₂O, e isso aqui não falta
- Estabilidade regulatória recente — sim, o Marco Legal do Hidrogênio Verde animou o mercado
Não é à toa que ele já meteu o pé no acelerador: a FFI já tem projetos em terra desde o ano passado, incluindo uma usina de hidrogênio verde no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. E os planos não param por aí.
Não é só verde. É estratégico.
Para Forrest, a transição energética não é apenas uma questão ambiental — é econômica, geopolítica e, claro, comercial. Ele mesmo admitiu: “Não estamos aqui só para salvar o planeta. Estamos aqui para ganhar dinheiro.” Franqueza rara em tempos de ESG como moda.
E de quebra, ainda critica com veemência os “falsos verdes” — aqueles que anunciam metas líquidas-zero mas não mostram ação. “Precisamos de ação, não de palavras”, crava. Alguém duvida?
O projeto no Brasil, claro, ainda enfrenta desafios. Logística, regulação detalhada, escala… mas a confiança do bilionário parece inabalável. Ele acredita — e firma — que o hidrogênio verde brasileiro será não só viável, mas competitivo globalmente.
Enquanto isso, o mundo observa. E o Brasil? Bom, o Brasil segue no páreo — com sol, vento, água e agora, a atenção de um dos maiores investidores verdes do planeta.
Restar saber se ateremos o potencial… ou se deixaremos a oportunidade escorrermos entre os dedos, como já aconteceu antes. Dessa vez, a aposta é alta — e o jogador, experiente.