Cinco árvores envenenadas em Três Lagoas: crime ambiental investigado
Árvores envenenadas em via pública de Três Lagoas

Um ato de vandalismo ambiental chocou moradores de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. Na última semana, cinco árvores localizadas na Rua do Jardim Alvorada foram alvo de um envenenamento criminoso. O caso foi descoberto após residentes da região notarem alterações preocupantes na vegetação.

Detalhes do crime ambiental

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Polícia Militar Ambiental (PMA) foram acionadas para averiguar a situação. Os técnicos constataram que as plantas apresentavam folhas amareladas e perfurações nos troncos. Foram identificados danos em cinco árvores, cada uma com dois a três furos.

O biólogo André de Figueiredo detalhou os achados. “Foram cinco árvores. Foram encontrados furos nessas cinco árvores. Alguns com dezoito centímetros de profundidade. Três apresentavam uma substância roxa saindo dos buracos e já estão com as folhas amareladas”, explicou o profissional.

De acordo com a PMA, um produto líquido, considerado veneno para plantas, foi introduzido nas perfurações com a intenção de matar as árvores. A multa administrativa para esse tipo de dano é de R$ 400 por árvore.

Investigação em andamento e tentativa de resgate

O tenente da PMA, Lauro Santa'Anna, informou que, com base em relatos de testemunhas, a corporação já identificou um possível autor para o crime. “Foi constatado que algumas árvores foram perfuradas e dentro delas foi introduzido um produto líquido, considerado veneno para matar plantas. Com informações de testemunhas, a PMA identificou o possível autor”, declarou o oficial.

O caso foi encaminhado à Polícia Civil, que recolheu amostras da substância para análise pericial. O suspeito pode responder pelo crime de dano ambiental, que prevê pena de três meses a um ano de detenção. “Danificar planta de arborização de lugares públicos configura crime ambiental, onde ele poderá ser responsabilizado”, pontuou o tenente Santa'Anna.

Enquanto a investigação segue seu curso, equipes da Secretaria de Meio Ambiente trabalham contra o tempo para tentar salvar as árvores atingidas. Um representante da pasta comentou que os efeitos do veneno já são visíveis. “As árvores já começam a apresentar os primeiros efeitos. Algumas folhas estão ficando amarelas, provavelmente por efeito do veneno”.

Impacto para a comunidade e perda irreparável

Caso as árvores não resistam, a secretaria terá que realizar o plantio de novas mudas no local. No entanto, a substituição não é simples. O tempo estimado para que uma nova árvore atinja o porte das que foram atacadas é de 10 a 15 anos, representando uma perda de longo prazo para o bairro.

Moradores que utilizam diariamente a via lamentam o ocorrido. A sombra e o conforto térmico proporcionados pelas copas das árvores já fazem falta. O autônomo Antônio Ramos compartilhou seu descontentamento. “Tem essa questão das árvores que a pessoa contaminou. Não sei se vão conseguir salvar, tem uma que já está bem amarelada. A gente sente, porque tira uma sombra que ajuda moradores e crianças que saem da escola”, desabafou.

O caso serve como um alerta para a importância da preservação do patrimônio ambiental urbano e para as consequências legais de atos de vandalismo contra a natureza.