
Uma operação de fiscalização da Receita Federal no Aeroporto Internacional de Fortaleza, no Ceará, resultou na apreensão de 70 quilos de conchas e búzios que seriam enviados ilegalmente para a Itália. O carregamento de moluscos marinhos foi interceptado durante inspeção de rotina em carga destinada ao exterior.
Os agentes aduaneiros identificaram a irregularidade ao analisar uma remessa declarada como "artesanato". Ao abrirem as caixas, encontraram centenas de conchas e búzios naturais, todos retirados do litoral cearense sem a autorização necessária dos órgãos ambientais.
Proteção ambiental em risco
O caso revela uma prática preocupante: o comércio ilegal de recursos naturais brasileiros. A retirada de moluscos do ambiente marinho em grande escala pode causar sérios desequilíbrios ecológicos, afetando todo o ecossistema costeiro.
Especialistas alertam que a remoção indiscriminada desses organismos:
- Compromete a formação de praias e dunas
- Reduz a disponibilidade de habitats para outras espécies marinhas
- Interfere nas cadeias alimentares oceânicas
- Pode levar ao declínio de populações de moluscos
Operação de inteligência e fiscalização
A apreensão ocorreu na última semana e faz parte de uma ação mais ampla de combate ao tráfico de recursos naturais. A Receita Federal tem intensificado a vigilância em cargas com destino ao exterior, especialmente aquelas que podem conter produtos de origem ilegal.
Os 70 quilos de conchas e búzios agora estão sob custódia federal e serão destinados a instituições de pesquisa ou educação ambiental, conforme determina a legislação brasileira.
Consequências legais
O exportador responsável pela carga irregular pode responder por crimes ambientais e contra a ordem tributária. As penalidades incluem multas que podem chegar a R$ 10 mil por quilo de produto apreendido, além de processos criminais por contrabando.
Esta não é a primeira vez que a Receita Federal identifica tentativas de exportação ilegal de recursos naturais do Ceará. A região, conhecida por sua rica biodiversidade marinha, tem sido alvo constante de traficantes de espécies da fauna e flora.