Soltar peixes sem autorização é crime ambiental e prejuízo financeiro: entenda os riscos
Peixamento irregular: crime ambiental e prejuízo

A prática de soltar peixes em rios, lagos e represas, conhecida como peixamento, parece um gesto nobre de cuidado com o meio ambiente. No entanto, quando realizada sem autorização dos órgãos competentes, transforma-se em crime ambiental e representa um enorme desperdício de dinheiro público.

Os perigos invisíveis dos peixamentos irregulares

De acordo com o tenente Giancarlo de Souza Pinto, da Polícia Militar Ambiental de São Paulo, a soltura indiscriminada de peixes pode causar sérios desequilíbrios nos ecossistemas aquáticos. "Muitas pessoas não sabem, mas essa prática pode disseminar doenças entre as espécies nativas e introduzir animais não adaptados ao ambiente", alerta o especialista.

Problemas causados pela prática irregular:

  • Introdução de espécies exóticas que competem com as nativas
  • Disseminação de doenças e parasitas
  • Alteração da cadeia alimentar natural
  • Desperdício de recursos públicos
  • Morte dos peixes por falta de adaptação

O que diz a lei

A legislação ambiental brasileira é clara: qualquer atividade que envolva a soltura de animais silvestres, incluindo peixes, necessita de autorização prévia do IBAMA ou do órgão ambiental estadual competente. A prática irregular se enquadra no artigo 31 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98), podendo resultar em multas que variam de R$ 5.000 a R$ 50.000 por animal.

Alternativas legais e conscientes

Para quem deseja contribuir com a preservação da fauna aquática, existem caminhos legais e eficazes:

  1. Procure o órgão ambiental de sua região para orientações
  2. Participe de programas oficiais de repovoamento
  3. Denuncie práticas irregulares às autoridades
  4. Invista em educação ambiental em sua comunidade

"A preservação ambiental deve ser feita com responsabilidade e conhecimento técnico. O que parece um gesto de bondade pode, na verdade, causar mais mal do que bem ao meio ambiente", finaliza o tenente Pinto.