Um empresário de 30 anos foi condenado a 8 anos e 11 meses de prisão em regime fechado após ser preso em flagrante com uma carga monumental de 103 quilos de ouro ilegal em Boa Vista, capital de Roraima. A informação foi divulgada pelas autoridades nesta segunda-feira, dia 15 de maio.
Maior apreensão de ouro ilegal do país
Bruno Mendes de Jesus, que é casado com uma blogueira local, teve sua condenação confirmada pelo sistema judiciário. A operação que o prendeu resultou na maior apreensão de ouro ilegal já registrada em todo o território nacional, marcando um recorde negativo no combate a crimes ambientais e financeiros.
O material apreendido não era apenas ouro puro. As barras continham mercúrio, uma substância tóxica, utilizado no processo de amálgama para a extração do metal precioso. Este detalhe agravou as acusações contra o empresário.
Crimes pela quais foi condenado e absolvido
A sentença condenou Bruno Mendes pelos crimes de transporte ilegal de matéria-prima da União e pelo transporte de substância tóxica, referente ao mercúrio encontrado junto ao ouro. A pena somada para esses delitos totalizou os quase nove anos de reclusão.
Entretanto, em uma decisão da justiça, o empresário foi absolvido da acusação de receptação. Isso significa que, embora tenha sido considerado culpado por transportar o material de forma ilegal e perigosa, não ficou comprovado que ele soubesse que o ouro era produto de um crime anterior, como um roubo.
Destino: maior presídio de Roraima
Após a condenação, Bruno Mendes de Jesus foi transferido para cumprir sua pena na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, que é considerada a maior unidade prisional do estado de Roraima. O local é conhecido por abrigar detentos condenados por crimes graves.
O caso chama a atenção não apenas pelo volume recorde do metal apreendido, mas também pelo perfil do envolvido: um jovem empresário, inserido na sociedade local e com vida familiar estabelecida. A investigação segue em andamento para apontar a origem do ouro e possíveis integrantes de uma rede criminosa.
As autoridades reforçam que a operação é um golpe significativo no contrabando e no transporte ilegal de recursos minerais, crimes que causam enormes prejuízos econômicos ao país e danos ambientais gravíssimos, principalmente pelo uso indiscriminado de mercúrio em áreas de garimpo.